Correio Braziliense
postado em 19/05/2020 14:43
Ao contrário da coletiva na qual anunciou que um remédio milagroso estava em estudo no país e que um supercomputador seria usado para diagnosticar a contaminação pelo novo coronavírus em questão de minutos, nesta terça-feira (19/5), o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, se limitou a divulgar as ações de combate à pandemia e a prestar contas de como estão sendo aplicados os R$ 352,8 milhões destinados à pasta por meio da Medida Provisória 962. O astronauta também aproveitou para pedir mais voluntários para os testes clínicos realizados com o vermífugo nitazoxanida. Pontes ressaltou que o MCTIC trabalha como ferramenta de suporte de todos os outros ministérios e que as Comunicações são extremamente importantes para manter estáveis as conexões do país, em um momento de muito teletrabalho e operações remotas. Em uma apresentação elencou a destinação da verba extraordinária. Segundo ele, foram 144 ações, entre elas, R$ 6,3 milhões utilizados por meio da estatal Telebras para instalação 1 mil pontos de conexão à internet via satélite, para auxílio às ações relativas à pandemia em hospitais, unidades de saúde, postos de fronteira ou locais remotos.
Dos recursos, R$ 45 milhões serão aplicados no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada ao MCTIC para a realização de ensaios clínicos de fármacos; desenvolvimento de reagentes; adequação do laboratório de nível de biossegurança NB 2 para NB 3 e elaboração do projeto da transformação do laboratório de nível de biossegurança NB 3 para NB 4. “Não há na América Latina um laboratório nível 4”, ressaltou. O CNPEM realizou os ensaios de fármacos, como a nitazoxanida, que agora é testada em nível clínico.
Parte da verba, cerca de R$ 25 milhões, estão sendo aplicados na compra de máscaras e equipamentos de descontaminação e desinfecção dos equipamentos. “Outros R$ 5 milhões em projetos de pesquisa aplicados em chamada conjunta com países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para realização de vacinas e sequenciamento. “O Brasil tem capacidade de fabricação de vacinas muito grande, inclusive, nós exportamos vacinas”, pontuou.
Para projetos, foi destinado R$ 15 milhões em um aditivo da chamada pública do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que recebeu 2.203 propostas de “nível excelente”, segundo o ministro. Outros R$ 5 milhões serão aplicados no ensaio clínico com a nitazoxanida, desenvolvido em 17 hospitais do país, dois deles (HFA e HRan) em Brasília. Pontes, que inicialmente não revelou o nome do medicamento, ressaltou que os testes estão numa segunda fase. “Depois que o remédio ficou controlado não faria sentido nenhum manter em segredo sobre a nitazoxanida”, ponderou.
Anticorpos
Para o desenvolvimento de anticorpos foram destinados R$ 111 milhões para 11 laboratórios de campanha espalhados pelo Brasil, que estão investindo em RT PCR, ou seja, testes para anticorpos. As universidades adquiriram equipamentos e o MCTIC vai colocar insumos. “É um estudo randomizado de medicamentos nos pacientes, para termos conhecimento detalhado do que a doença causa no corpo humano a fim de prevenir no futuro”, disse.
Pontes reconheceu que há uma certa dificuldade em escalar os testes produzidos no Brasil e, pela dificuldade de importar, há necessidade de produzir reagentes nacionais. Paulo Alvim secretário de Empreendedorismo e Inovação, destacou a importância da independência de insumos importados. “Em um horizonte de 90 a 120 dias teremos reagentes produzidos no país”, afirmou. astronauta anunciou, ainda, que um novo ventilador pulmonar está sendo desenvolvido em pesquisa inicial. “Está na fase de testes. O protótipo já foi desenvolvido e utiliza uma sistema de pressurização é digital, sem o balão mecânico”, completou.
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