O Banco Central deu um banho de liquidez no mercado para o Brasil enfrentar os efeitos da pandemia de coronavírus na economia, mas agora precisa direcionar o capital para que o dinheiro chegue de fato na ponta. A afirmação é do presidente da autoridade monetário, Roberto Campos Neto, que participa, nesta quarta-feira (20/5), de uma live promovida pela pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB). “Empresas menores é onde temos que trabalhar”, reconheceu.
“Fomos o primeiro país a dar um banho de liquidez de R$ 135 bilhões, na virada de fevereiro para março., Depois mais R$ 70 bilhões e flexibilização para captação de 2 bilhões. As medidas representaram 16% do PIB (Produto Interno Bruto), quando, na crise de 2008, foi de 3% do PIB”, comparou. Segundo Campos Neto, o potencial de crédito, se tudo for aproveitado, é de R$ 1,1 trilhão. “Os bancos estão aumentando a concessão de crédito, mas a demanda também aumentou, por isso a sensação de não estar sendo atendido”, justificou.
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Comportamento
Campos Neto admitiu que a concessão de crédito cresce mais para as grandes empresas, menos para as médias e muito pouco para as pequenas. “Houve uma mudança na parte de modelagem de crédito. Os bancos estão olhando o comportamento da empresa e fazendo menos análise de balanço”, afirmou “Isso significa que o banco sabe que a pequena empresa paga luz, aluguel e fornecedores, e, de repente, parou de pagar. Então, afeta o modelo de risco das empresas que estão elegendo não pagar”, explicou.