A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmam que haverá, ao menos, 11,5% de aumento na taxa de desemprego na região. Em estudo apresentado na tarde desta quinta-feira (21/5), as organizações informaram que 23,8 milhões de pessoas podem voltar à pobreza.
Alicia Barcena, secretária-executiva da Cepal, pontuou que, nos últimos anos, a América Latina já passava por um baixo crescimento e a expectativa para 2020 ainda era de contração nos empregos. Assim, 54% da população local sofre com o trabalho informal. A secretária ainda informou que grupos específicos, como mulheres e trabalhadores rurais, sofrem mais com essa realidade. A taxa de mulheres desocupadas é 2,5% maior que a de homens, informou Barcena.
Na ocasião, o diretor regional da OIT, Vinícius Pinheiro, enfatizou que “é fundamental ter em conta que o trabalho não vai ser mais o mesmo” e que a segurança no trabalho, além da inovação, será a chave da retomada econômica nos países da América Latina. Contudo, “é necessário pensar que podemos aproveitar a crise para construir uma nova normalidade melhor que a anterior”, afirmou o diretor.
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“Teremos que coexistir com esse vírus e teremos que adaptar nosso modo de trabalho e continuar com distanciamento social. Não vai haver uma volta à normalidade como conhecemos antes. Vamos ter que controlar a situação para viver na nova normalidade e com certeza as tecnologias vão ajudar bastante”, analisou Vinícius Pinheiro. Dessa foma, o teletrabalho será cada vez mais comum e as empresas passarão por profundas transformações digitais, exigindo adaptação dos trabalhadores. “A covid-19 é um acelerador de tendências”, pontuou o diretor regional.
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão