Correio Braziliense
postado em 26/05/2020 04:04
O mercado piorou a previsão para economia brasileira e agora estima queda de 5,89% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Na semana passada, os economistas consultados pelo Banco Central projetavam queda de 5,12% para 2020. O reajuste para baixo é o 15º consecutivo. Os dados constam do Boletim Focus, relatório com as previsões das principais instituições financeiras do país, divulgado ontem. Para os especialistas, contudo, o tombo pode ser maior, de até 7%, a partir de revisões que serão feitas após a divulgação do PIB do primeiro trimestre, esta semana, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Segundo o Focus, para 2021 o mercado aumentou a previsão de alta do PIB para 3,50%. Há uma semana, a estimativa era crescimento de 3,20% e, há um mês, de 3%. A taxa básica de juros teve a projeção mantida em 2,25% ao ano em 2020. Para 2021, os economistas esperam que a Selic fique em 3,29% ao ano –– na semana passada era 3,50% ao ano; há quatro semanas, estava em 4,25% ao ano.
As previsões para a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caíram de 1,59% para 1,57% em 2020. Para o ano que vem, o Focus projeta 3,14%, ante 3,20% na semana anterior e 3,40% há quatro semanas. A meta de inflação a ser perseguida pelo BC é de 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% para 2022, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Por último, a expectativa do dólar para este ano foi elevada de R$ 5,28 para R$ 5,40. Para o próximo ano, espera-se a moeda a R$ 5,03.
Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, a previsão da instituição para o PIB está em linha com a mediana do Focus. “Nossa estimativa é queda de 5,5%, mas nosso viés é de baixa. Estamos esperando a divulgação do PIB do primeiro trimestre e vamos aproveitar a oportunidade para fazer a revisão. Acredito que vai caminhar para retração de 6,5% ou até de 7%”, disse.
A justificativa de Rosa é de que há arrefecimento nas medidas de isolamento social, que poderá provocar uma segunda onda de infecções, com necessidade de voltar a medidas mais firmes. “A atividade econômica não vai reagir de imediato, há muito desemprego, empresas fechadas, alto endividamento”, enumerou. Com isso, projetou que a queda será muito forte no segundo trimestre e a retomada mais lenta.
O diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer, também aposta em queda do PIB bem mais forte do que a projetada pelo Focus. “O tombo vai ser de, pelo menos, 7%”, disse.
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