Correio Braziliense
postado em 26/05/2020 10:50
As contas externas brasileiras registraram um superávit de US$ 3,8 bilhões em abril deste ano, com a pandemia do novo coronavírus reduzindo o nível da atividade econômica mundial. O resultado, divulgado nesta terça-feira (26/05) pelo Banco Central, reflete a queda das importações brasileiras e a redução dos investimentos diretos no país.Segundo o Banco Central, esse superávit é o maior da série histórica, já que o Brasil vinha apresentando sucessivos déficits nas contas externas antes da pandemia do novo coronavírus. Mas se explica pelo efeito da covid-19 nas três contas do setor externo: a conta corrente, a conta de renda primária e a conta de serviços.
"Na comparação com o déficit de US$1,9 bilhão ocorrido em abril de 2019, contribuíram, principalmente, os recuos no déficit em renda primária, US$2,3 bilhões, e em serviços, US$2,1 bilhões, além da elevação do superávit da balança comercial, US$1,3 bilhão", informou o BC nesta terça-feira.
Ainda de acordo com a autoridade monetária, o principal fator desse resultado veio da conta corrente. É que, em abril, o saldo positivo da balança comercial foi de US$ 6,4 bilhões. O resultado reflete a desaceleração das importações brasileiras, que recuaram 15,9%, em comparação com o mesmo mês do ano passado, ficando em US$ 11,9 bilhões. Também houve, contudo, uma queda nas exportações brasileiras, que recuaram 4,9%, fechando o mês em US$ 18,4 bilhões.
Já a conta de rendas primárias contribuiu com esse resultado porque registrou um déficit 59,7% menor que no mesmo mês do ano passado. O resultado negativo caiu para US$ 1,6 bilhão por conta da redução da lucratividade das empresas que operam no Brasil e, consequentemente, da diminuição dos gastos com remessas de lucros para o exterior em meio à pandemia da covid-19. O BC explica que as despesas líquidas de lucros e dividendos, que totalizaram US$ 2,3 bilhões em abril do ano passado, foram de apenas US$ 4 milhões em abril deste ano.
Mas também chama atenção nesta conta o menor apetite dos investidores externos em aplicar no Brasil nesse cenário de incertezas sanitárias e econômicas. Segundo o Banco Central, os investimentos diretos no país (IDP) despencaram de US$5,1 bilhões em abril de 2019 para apenas US$234 milhões em abril deste ano. "O fluxo foi composto por ingressos líquidos de US$320 milhões em participação no capital e por amortizações líquidas de US$86 milhões em operações intercompanhia. O resultado em participação no capital foi influenciado por lucros reinvestidos negativos (desinvestimentos) de US$834 milhões", informou a autoridade monetária.
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