Economia

Tesouro Nacional busca manter o colchão de liquidez em níveis confortáveis

Órgão recebeu transferência de lucro do Banco Central e contratou empréstimos com organismos internacionais para mantar o colchão de liquidez

A transferência do lucro do Banco Central para o Tesouro Nacional e a contratação de empréstimos com organismos internacionais ajudarão a manter o "colchão de liquidez" do órgão, uma reserva de recursos utilizada na gestão da dívida pública.

Em sumário executivo divulgado juntamente com o resultado da Dívida Pública de abril, o Tesouro afirma que busca manter o colchão de liquidez "em níveis confortáveis", o que vem sendo reforçado progressivamente com a aceleração das emissões realizadas ao longo do mês de maio e outras "ações subjacentes". "Destaque para a possibilidade de utilização da reserva de liquidez advinda do resultado do Banco Central do Brasil e da viabilização de outras linhas de financiamento", completa o texto.

Em relação à utilização dos recursos do resultado do Banco Central, o Tesouro reforçou que a lei permite que isso seja feito quando "severas restrições nas condições de liquidez" o refinanciamento da dívida pública. "A destinação deste recurso depende de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN) e poderá ocorrer entre os meses de agosto e setembro", completa.

Além disso, o Tesouro destacou que, já foi aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) uma operação para contratação de empréstimos com organismos internacionais no valor de US$ 4,1 bilhões, que financiarão despesas como o pagamento de parte do auxílio emergencial e a expansão do Bolsa Família. "Tais operações terão prazos de até 30 anos e custos inferiores ao custo de captação do Tesouro Nacional em dólares e em euros", completou.

Condições financeiras melhores

O Tesouro Nacional afirma, no sumário executivo que acompanhou o resultado da Dívida Pública de abril, que os mercados financeiros começaram a apresentar no mês passado "melhora gradual", mas, com as restrições no mercado doméstico, foram favorecidas emissões de títulos prefixados de curto prazo e de papéis atrelados à Selic. "Dados de custo médio seguiram mostrando níveis historicamente baixos em abril", completa o documento.

De acordo com o órgão, neste mês de maio, as condições financeiras continuaram "restritivas" por causa das incertezas relacionadas à extensão e à profundidade dos impactos da covid-19. "De forma geral, apesar das condições ainda bastante restritivas de liquidez, os volumes emitidos em maio mostram que as condições financeiras estão, gradativamente, caminhando em direção à normalidade", afirma.