Economia

Consumo das famílias cai 2% no primeiro trimestre; maior queda desde 2001

A pandemia de covid-19 derruba os gastos dos brasileiros, que representam 65% do Produto Interno Bruto (PIB), e atividade econômica do país desaba 1,5% no primeiro trimestre

Correio Braziliense
postado em 29/05/2020 09:50

Movimento em shopping de BrasíliaO consumo das famílias, motor da economia brasileira, teve a maior queda desde 2001 no primeiro trimestre deste ano, como efeito das medidas de isolamento social adotadas para combater a disseminação do novo coronavírus.

Os gastos dos brasileiros encolheram 2% e puxaram o recuo de 1,5% da atividade econômica do país nos três primeiros meses do ano. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta sexta-feira (29/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

“Foi o maior recuo desde a crise de energia elétrica em 2001”, explicou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. Segundo ela, o consumo das famílias pesa 65% do PIB. O consumo do governo ficou praticamente estável (0,2%) no primeiro trimestre deste ano, mesmo patamar do último trimestre de 2019.

 

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), por outro lado, cresceram 3,1%, puxados pela importação líquida de máquinas e equipamentos pelo setor de petróleo e gás. A produção nacional de máquinas e equipamentos e a construção caíram, observou Rebeca.

 

Balança comercial

A balança comercial brasileira teve uma queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 2,8%. “As exportações foram bastante prejudicadas pela demanda internacional. Um dos países muito importantes para a gente que tem afetado nossas exportações é a Argentina. E a China também, que no primeiro trimestre foi o primeiro país a fechar as fronteiras. Então as nossas exportações foram bastante afetadas”, disse.

 

A queda do PIB do primeiro trimestre deste ano, de 1,5%,  interrompe a sequência de quatro trimestres de crescimentos seguidos e marca o menor resultado para o período desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%). Com isso, o PIB está em patamar semelhante ao que se encontrava no segundo trimestre de 2012.

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