Economia

Guedes minimiza conflito entre os Poderes: 'É natural que um pise no outro'

O ministro disse, contudo, que nesse momento o governo brasileira precisa de ''cooperação, colaboração, compreensão, solidariedade e fraternidade''

O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou, nesta sexta-feira (29/5), o clima de tensão que reinou entre os Poderes brasileiros nesta semana, depois que o presidente Jair Bolsonaro hostilizou as investigações do inquérito que apura a prática de fake news no Supremo Tribunal Federal (STF). Para Guedes, é natural que em um momento de tensão um poder "pise no pé do outro".

 

"É uma virtude da democracia a demarcação de território. É natural. Quando um poder pisa no pé do outro, o outro dá um empurrão de volta, é natural. Não é pra dizer que o Brasil vai acabar por causa disso, ou que o Brasil vai parar, nunca mais vai funcionar, que é uma destruição do capital institucional, que é um golpe. Não tem nada disso. É natural. É da própria crise", alegou Guedes, em conferência realizada nesta manhã pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

O ministro disse, contudo, que nesse momento o governo brasileira precisa de "cooperação, colaboração, compreensão, solidariedade e fraternidade" para poder sair da crise sanitária e econômica do novo coronavírus. Por isso, afirmou que não é hora de ficar incriminando uns aos outros.

 

Guedes disse até que considera um "crime contra a população brasileira" ficar apedrejando, em vez de ajudar o Executivo em um momento como esse. "Isso veio de fora. O vírus veio de fora e está atacando o mundo inteiro. É cretino atacar o governo do próprio país em vez de ajudar o governo em um momento desse. Ninguém quer apoio a erros", reclamou.

 

Ele admitiu, porém, que, quando não houver mais riscos de o "barco afundar", não seria um problema para a democracia que os poderes voltassem a se pisar. "É natural que nessa ansiedade um pise no pé do outro e quem foi pisado dá um empurrão. Agora, acabou. Todo mundo remando para chegar na margem. Quando chegar na margem, briga de novo. Se brigar no barco, naufraga", disse.