Economia

Investimento: não dura

Correio Braziliense
postado em 30/05/2020 04:03



O crescimento dos investimentos no primeiro trimestre do ano surpreendeu os especialistas, mas não chegou a empolgar, porque certamente não vai durar. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) aumentou 3,1% na comparação com o quarto trimestre de 2019 e de 4,3% ante o primeiro trimestre do ano passado. Foi uma das poucas notícias boas, além da alta de 0,6% da produção agropecuária, trazida pelos dados do PIB, divulgados ontem pelo IBGE.

A elevação dos investimentos reflete, basicamente, o investimento em máquinas e equipamentos do setor de óleo e gás, ressaltou Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating. “O crescimento surpreendeu, mas faz sentido porque investimento é estoque. Entretanto, esses números vão derreter”, alertou.

Ricardo Jacomassi, sócio da TCP Partners, concorda. “No segundo trimestre, isso vai se perder. Ainda é resultado de operações de óleo e gás e das privatizações realizadas no ano passado”, avaliou. Para o economista da XP, Vitor Vidal, a alta da FBCF “foi uma das principais surpresas, ao contrário da expectativa de queda”.

No entender de Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), o pior impacto será sentido no segundo trimestre. “Houve investimento, resultado dos últimos meses de 2019. Em 2020, a Petrobras cortou 30% do investimento e outras petroleiras vão seguir o mesmo caminho”, afirmou. (SK)



Estímulo a crédito imobiliário

O Conselho Monetário Nacional decidiu, ontem, flexibilizar as regras para a concessão de crédito. A partir de agora, instituições financeiras poderão liberar recursos antes da constituição completa da garantia em cartório. O objetivo é promover mais rapidez na liberação de financiamentos imobiliários para pessoas físicas, empresas, setor de construção civil, mercado de imóveis e fornecedores de bens e serviços. A medida é temporária e valerá para operações contratadas até 30 de setembro.



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