Economia

Setor de serviços será o último a sair da crise

Correio Braziliense
postado em 30/05/2020 04:04




Primeiro setor a sentir o baque com a pandemia do novo coronavírus, principalmente no segmento de transporte aéreo e no turismo, os serviços devem ser os últimos a sair da crise provocada pela covid-19. Com queda de 1,6% no primeiro trimestre, segundo divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor puxou o desempenho negativo trimestral do Produto Interno Bruto (PIB) pela ótica da produção.

Fabio Bentes, economista  da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), explicou que os serviços de transportes tiveram queda de 2,4%, mas o segmento mais afetado foi o de outras atividades de serviços, com recuo de 4,6%, todos na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Sobre igual período do ano passado, a retração dos serviços foi de 0,5%.

“O estrago pela crise neste setor será ainda maior no segundo trimestre, mesmo com o processo de flexibilização que começa a ser adotado, porque mudou o comportamento do consumidor. Ele não tem mais confiança e tampouco a mesma renda para usar os serviços”, avaliou Bentes.

O economista ressaltou que houve destruição de 860 mil postos de trabalho formais, apenas em abril “Isso é mais do que tudo que foi criado no ano passado. Há queda na concessão de crédito de 16,5% e a prévia da inflação, o IPCA 15, aponta deflação de 0,60%, inédita na série histórica”, enumerou. Todos esses indicadores vão carregar os serviços para um segundo trimestre ainda pior. “O comércio ainda consegue escoar estoque, em vendas on-line ou essenciais. Agora, serviços, como turismo e transportes, está tudo parado”, assinalou.

Segundo José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, o setor de serviços foi o que mais sofreu, principalmente nos transportes e nas atividades ligadas ao mercado imobiliário. “Os efeitos do afastamento social o atingem imediatamente”, disse. E acrescentou: “As perspectivas não são boas: de um lado, o afastamento continuou por abril e maio, pelo menos; de outro, o setor não trabalha com estoques, na medida em que seu produto é fortemente perecível. Assim, empresas de serviços, e trabalhadores informais do setor, que perderam no período de afastamento terão dificuldades de sobreviver e se recuperar”.








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