Correio Braziliense
postado em 06/06/2020 04:04
O economista Carlos Lessa morreu na manhã de ontem, aos 83 anos. Ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi mais uma vítima do coronavírus. Ele estava internado no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Deixou filhos e três netos. A família informou que fará uma cerimônia virtual em função da pandemia.
O falecimento foi divulgado pelo filho, Rodrigo Lessa, pelas redes sociais, que lembrou o legado o pai. “Foi um exemplo de amor incondicional pelo Brasil, coerência e honestidade intelectual”, postou Rodrigo Lessa. A UFRJ decretou luto oficial por três dias. “A Reitoria da UFRJ lamenta profundamente a perda de Lessa e presta condolências à família e aos amigos. O Brasil perde um grande Brasileiro, com B maiúsculo”, destacou a universidade em uma nota em seu site.
Em nota, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff lamentam a morte do economista. “Seu trabalho, inteligência e patriotismo foram fundamentais para o BNDES retomar sua função de fomentar o desenvolvimento nacional”, comentou Lula. “Lessa foi um militante verdadeiramente comprometido com o Brasil e de grande sentimento patriótico”, afirmou Dilma.
Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa foi professor da UFRJ, onde se formou economista em 1959, e foi eleito reitor em 2002. Fã da cultura e do Rio de Janeiro, a atuação dele não se restringiu ao campo acadêmico. Ele fundou o bloco Minerva Assanhada, formado por alunos e estudantes. Minerva, a deusa da sabedoria, é o símbolo da instituição.
De janeiro de 2003 a novembro de 2004, Lessa foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também foi professor do Instituto Rio Branco, ministrou cursos na Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) e no Instituto Latino-americano de Pesquisas (Ilpes), da ONU, na Universidade do Chile e na Unicamp. Lessa também foi consultor da Fundação para o desenvolvimento da Administração Pública (Fundap).
Como político, foi ligado ao PMDB de Ulisses Guimarães. O economista chegou a aceitar convite de Michel Temer, em 2017, para fazer um programa trabalhista, populista e nacionalista, mas, desiludido com os rumos do partido, acabou desistindo e se filiando ao PSB. Lessa chegou a lançar candidatura nas eleições municipais de 2018 pelo PSB, mas a retirou e apoiou o prefeito Marcelo Crivella. (VB)
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