Bruno Funchal será o novo secretário do Tesouro Nacional

O economista é o atual diretor de Programas do Ministério da Economia e vai assumir o cargo deixado por Mansueto Almeida

Correio Braziliense

postado em 15/06/2020 14:59

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já decidiu quem vai comandar a Secretaria do Tesouro Nacional no lugar de Mansueto Almeida, que anunciou a saída do governo nesse domingo (14/06). É o economista Bruno Funchal.

"O Ministério da Economia comunica que iniciou a transição no comando da Secretaria do Tesouro Nacional. O economista Bruno Funchal assumirá o cargo definitivamente em 31 de julho", informou a pasta nesta segunda-feira (15/06).

Pós-doutor em economia pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), Bruno Funchal é o atual diretor de Programas do Ministério da Economia. Ele também já foi secretário de Fazenda do Espírito Santo, estado que é tido como um exemplo de controle das contas públicas no Brasil.

"Em 2017 e 2018, Funchal foi Secretário de Fazenda do Espírito Santo e um dos responsáveis pelo processo de ajuste das contas públicas. Estava no cargo quando o estado foi o único que recebeu nota A do Tesouro Nacional", destacou o Ministério da Economia.

Ainda de acordo com a pasta, "desde o início do governo Jair Bolsonaro, ele integra a equipe da secretaria de Fazenda como diretor de programa e trabalha pelo ajuste fiscal do país. Foi um dos técnicos responsáveis para elaboração do projeto do Pacto Federativo".

Além de Funchal, mais três nomes da equipe econômica estavam sendo avaliados por Guedes e por Mansueto para o cargo de novo secretário do Tesouro. Segundo integrantes do governo, a escolha se deu de forma técnica.

Parlamentares que estão envolvidos na tramitação das reformas econômicas defendidas pela equipe de Guedes, porém, também destacaram o bom trânsito político de Funchal. Segundo os congressistas, Funchal participou ativamente das negociações sobre o Plano Mansueto, por exemplo. E terá condições de continuar tocando as negociações sobre o ajuste fiscal com o Congresso, o que, segundo Mansueto, será essencial para garantir a reorganização das contas públicas brasileiras no pós-pandemia.

Economistas e analistas do mercado financeiro também aprovaram a escolha. Mansueto era tido como um fiador do ajuste fiscal pelo mercado financeiro. Por isso, havia certo receio de que a sua saída comprometesse esse trabalho. Os analistas ouvidos pelo Correio disseram, contudo, que Funchal afasta esse temor e representa a continuidade do ajuste fiscal fiscal, já que é um nome técnico que já se mostrou preocupado com essa política.

Além disso, Bruno Funchal será treinado por Mansueto nos próximos dias. Ao anunciar a saída do governo nesse domingo, o atual secretário do Tesouro explicou que gostaria de fazer uma transição suave. Por isso, prometeu sair do Executivo só depois de passar todos os comandos do Tesouro Nacional para o seu sucessor. Segundo fontes da equipe econômica, Mansueto atuará como um coach nos próximos dias. Depois, fará a quarentena que é exigida dos ex-servidores públicos para entrar na iniciativa privada. 

Ao confirmar a indicação de Funchal nesta segunda-feira, o Ministério da Economia agradeceu o empenho de Mansueto enquanto secretário do Tesouro. Mansueto foi indicado para o cargo ainda no governo de Michel Temer. Desde então, atuou na aprovação e na defesa de reformas econômicas de ajuste fiscal como o teto de gastos.

"O Ministério da Economia agradece a Mansueto Almeida pelo compromisso com a equipe que chegou com o novo governo e por todo trabalho realizado à frente do Tesouro Nacional em prol do reequilíbrio das contas do país", afirmou a pasta.