Economia

Mercados abrem com temor de segunda onda, mas recuperam perdas

Apesar de cair 3% na mínima do dia, a Bolsa de Valores de São Paulo reduz a queda e fecha com recuo de 0,45% aos 92.376 pontos. Dólar sobe 1,84% cotado em R$ 5,14

Correio Braziliense
postado em 15/06/2020 19:05
Apesar de cair 3% na mínima do dia, a Bolsa de Valores de São Paulo reduz a queda e fecha com recuo de 0,45% aos 92.376 pontos. Dólar sobe 1,84% cotado em R$ 5,14Os mercados globais abriram com temor da segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus, mas se recuperaram após a intervenção do banco central norte-americano Federal Reserve (Fed), que anunciou compra de títulos de dívidas de empresas privadas. O Brasil acompanhou os pregões mundiais nesta segunda-feira (15/6). Principal índice de lucratividade da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Ibovespa caiu 3% na mínima do dia, mas reduziu as perdas ao longo do dia e fechou com queda de 0,45% a 92.376 pontos. O dólar subiu 1,84% cotado em  R$ 5,14. No cenário doméstico, o anúncio de Bruno Funchal como novo secretário do Tesouro Nacional (STN) e as ações da Cielo, que dispararam 14% com a parceria anunciada com Whatsapp, ajudaram a recompor a redução inicial.

Para Davi Lélis, assessor da Valor Investimentos, o mercado brasileiro está sempre dividido entre a influência do externo e do interno. “Antes era mais descolado, porém, agora, o que ocorre lá fora afeta muito aqui também”, disse. Além disso, segundo Lélis, na segunda-feira há um acúmulo das expectativas do fim de semana, que impactam na abertura do pregão. “Como houve, novos casos em Pequim e aumento de contaminação nos 20 estados norte-americanos que reabriram suas economias, o mercado global abriu com temor de nova segunda onda”, explicou.

Com isso, as bolsas asiáticas fecharam quase na totalidade em quedas entre 1% e 2%, o que contaminou a Europa. Os principais índices europeus também recuaram, entre 0,70% e 0,32%. Segundo Gustavo Bertotti, head de renda variável da Messem Investimentos, o clima de otimismo das últimas semanas se descolou da realidade. “O segundo trimestre vai materializar o efeito da pandemia, mas o mercado financeiro não vinha absorvendo isso. Até a semana passada”, avaliou.

O feriado da quinta-feira no Brasil segurou o impacto na bolsa brasileira. “Os ativos caíram muito, com as nossas ADRs despencando. Mas a perda foi amenizada na sexta-feira, quando a B3 reabriu”, analisou. O temor da segunda onda, de acordo com o especialista, fez o Fed interferir para evitar o pior. “Ao anunciar a compra de títulos, coloca liquidez e anima o mercado”, explicou.

Lélis lembrou que outro fator influenciou a recuperação. “Os Estados Unidos, que não permitiriam a participação da chinesa Huawei na implantação do 5G, mudaram de ideia. Mostra uma trégua na guerra comercial entre os dois países”, ressaltou. 

Saiba Mais

Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, explicou que o mercado estendeu a preocupação da semana passada de segunda onda para a abertura desta segunda-feira (15/6). “O Fed acalmou o mercado deixando claro que vão injetar liquidez e vão manter aberta a economia, mesmo com aumento de casos de covid-19.”, destacou.

Cenário interno

No quadro doméstico, a confirmação de Bruno Funchal na STN reduziu as perdas, segundo Bertotti. “O mercado colocava em dúvida, mas absorveu bem a notícia, porque Bruno tem currículo”, assinalou. Para Lélis, a entrada de Funchal dá um sinal de continuidade. “A parceria da Cielo com o Whatsapp para pagamento via aplicativo também ajudou. As ações dispararam 34% na máxima e fecharam em 14%”, disse o assessor da Valor Investimentos. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags