Correio Braziliense
postado em 16/06/2020 04:05
Saída de Mansueto trará problemas para o governo
O presidente Jair Bolsonaro tem dois trunfos na área econômica. O primeiro deles é o ministro Paulo Guedes, que conta com o respaldo de boa parte do mercado. O outro é o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, considerado uma das figuras de maior capacidade técnica do governo. A saída de Mansueto, prestes a seguir para a iniciativa privada, deverá provocar fissuras no apoio do setor empresarial e financeiro ao governo. Ontem, analistas passaram o dia lamentando o pedido de demissão, o que pode ser interpretado como um sinal de que acabou a lua de mel com o mercado. Menos bolsonarista do que Paulo Guedes, Mansueto era a garantia de que o ajuste fiscal não seria abandonado. E agora, como será? Mansueto também tem a vantagem de ser um executivo ponderado e com pouquíssima disposição para o embate político, algo raro neste governo. Não será tarefa fácil encontrar um executivo com essas características.
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Nunca os brasileiros empreenderam tanto
O aumento do desemprego durante a crise do coronavírus e a busca desesperada por alguma alternativa de renda levaram o Brasil a quebrar um recorde em 2020: nunca o país empreendeu tanto. Pela primeira vez, 25% da população adulta está envolvida na abertura de um negócio ou tem participação em uma atividade empresarial com no máximo 3,5 anos de existência. Os dados fazem parte da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que analisa indicadores de 55 países.
R$ 15 bilhões
É quanto o setor de shoppings perdeu, em maio, com a maioria dos estabelecimentos fechados. Isso explica a pressa dos centros comerciais em voltar à ativa
Montadoras pisam no freio
Com a crise do coronavírus, o novo ciclo de investimentos das montadoras será reduzido e atrasado em alguns anos. Até 2022, a previsão era que o setor injetaria R$ 26,7 bilhões no país, mas o mercado estima uma diminuição dos valores em pelo menos 30%, além do período mais longo (2025, provavelmente). O cenário é difícil. Em maio, as vendas de carros no mercado interno desabaram 75% diante do mesmo mês do ano passado. A boa notícia é que se espera uma recuperação acelerada a partir de julho.
Setor de alumínio sofre com fechamento de bares e restaurantes
No início da pandemia, Milton Rego, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), apostava que o setor de embalagens resistiria à crise. “Isso valeu para a venda de folhas de alumínio usadas na fabricação de embalagens de alimentos industrializados e remédios”, diz o executivo. Mas a venda de chapas de alumínio, necessárias para a produção de latas de bebidas, encolheu 20% entre abril e maio. “O segmento sentiu o fechamento de bares e restaurantes e o cancelamento de shows”, afirma.
Rapidinhas
» Lançado há menos de um mês, o programa “Fazer o Bem Faz Bem”, da JBS, desembolsou a totalidade dos R$ 11 milhões previstos ao Distrito Federal para o combate ao coronavírus. As doações incluem a construção de um hospital modular, em Ceilândia, com 73 leitos, e a entrega de 160 mil equipamentos de proteção individual (EPI).
» O medo da contaminação pelo coronavírus abriu caminho para soluções inovadoras. Recém-inaugurada, a Turbo Jato Desinfecta criou um sistema de radiação ultravioleta que, segundo a empresa, elimina 99% dos vírus. A ideia é oferecer o serviço na forma de estações de desinfeção para limpar, por exemplo, carrinhos de supermercado.
» Outra ideia da Turbo Jato é desenvolver equipamentos de purificação para uso doméstico. Uma das propostas é uma espécie de caixa, parecida com um imenso micro-ondas, que seria usada para esterilizar compras. A empresa diz que possui laudos que comprovam a eficácia da radiação violeta e de suas cabines de higienização.
» O uso de dinheiro em espécie caiu nos últimos anos, mas a pandemia acelerou o processo. Segundo pesquisa do Ibope Inteligência patrocinada pela C6 Bank, na crise do coronavírus, 41% dos brasileiros das classes A, B e C deixaram de utilizar cédulas para pagamentos, e 46% aumentaram o consumo de produtos digitais dos bancos.
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