Economia

Concessão de crédito para empresas cai em maio, segundo Banco Central

Diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra afirma que no auge da crise empréstimo aumentou 45% para pessoa jurídica, percentual que reduziu bastante, para 5,1%

Correio Braziliense
postado em 18/06/2020 14:35

Concessão de crédito para empresas cai em maio, segundo Banco CentralA concessão de crédito para as empresas sofreu uma redução drástica. Enquanto, no auge da crise, chegou a um crescimento de 45% em relação às semanas anteriores, nos últimos períodos essa variação caiu a 5,1%. Os dados constam da apresentação que o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, fez durante sua participação no webinário Medidas Emergenciais de Proteção às Empresas, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), nesta quinta-feira (18/6). 

 

“A concessão de crédito livre, até décima semana do ano, antes da covid-19, tinha crescimento 17% para pessoa física e 21% para pessoa jurídica. No auge da crise, foram para 45% (PJ). Pessoa física caiu para 7,6% porque a demanda por consumo caiu. Agora, na margem, há um arrefecimento. Nas últimas três semanas a expansão de crédito PJ se reduziu bastante para 5,1%”, reconheceu (veja gráfico)

 

Segundo o diretor, as medidas são adotadas, mas há desafios na sua implementação. “Algumas regras impõem empecilhos para os empresários pegarem empréstimos, como a obrigação de manter empregos por três anos no Pese (Programa Emergencial de Suporte a Empregos). Vamos rediscutir para dar vazão e melhorar liquidez”, assinalou.

 

Serra destacou que o BC adotou várias medidas para o sistema bancário ser parte da solução da crise. Entre elas, listou a liberação de compulsório (dinheiro dos próprios bancos guardado no BC e liberado em momentos de crise). O novo DPGE (Depósitos a Prazo com Garantia Especial) foi uma medida para redistribuir a liquidez no sistema e tira o viés da corrida só para bancos grandes. Os pequenos conseguem captar com garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito)”, explicou.

 

Até a crise, segundo o diretor do BC, quem vinha expandindo concessão de crédito livre eram as pequenas empresas. “As grandes estavam no mercado de capitais, mas, na crise, aumentou para grandes. É um ponto de atenção”, reconheceu. Outra medida, de acordo com Serra, foi a repactuação de crédito. “Atingiu 17% da carteira de crédito, muito mais em pequenas e médias, que tiveram mais benefícios do que as grandes nessa medida”, ressaltou. A rolagem já soma R$ 614,5 bilhões. “Alguma coisa foi renegociação de pessoal física, para crédito imobiliário, com postergação do pagamento de parcelas”, disse.

Novo instrumento

Serra destacou que já foi aprovada no Congresso Nacional uma medida de intermediação financeira para prover liquidez diretamente ao mercado de capitais sem necessidade de passar pelo sistema bancário. “Esse novo instrumento precisa ser regulamentado ainda. Para promover o adequado funcionamento do mercado de capitais e para que se mantenha um canal relevante de financiamento da atividade produtiva e fator de competição”, explicou.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags