Correio Braziliense
postado em 18/06/2020 19:33
Em dia de tensões políticas no cenário nacional, a bolsa parece não ter tomado conhecimento da prisão de Fabrício Queiroz. Isso porque, ao contrário do que se espera em situações de incertezas envolvendo o governo, o índice Ibovespa, principal da B3, fechou o pregão desta quinta-feira (18/6) em alta de 0,60% e foi aos 96.125 pontos. A justificativa para isso é que, na visão do mercado financeiro, apesar de manchar a imagem do presidente Jair Bolsonaro, o assunto não implica em riscos fiscais, ou problemas envolvendo a gestão das contas públicas.
No início do dia, durante a madrugada, as bolsas do mundo caíam, dando continuidade à alta volatilidade dos últimos dias. Porém, notícias da China trouxeram ânimo novamente ao mercado. Pequim, que havia registrado novos casos de covid-19, declarou que a situação foi colocada sob controle. Na Europa, o Banco da Inglaterra anunciou a manutenção da taxa básica de juros do país e ampliação do plano para injetar mais dinheiro na economia.
Vale lembrar que o otimismo visto há algumas semanas no mercado internacional foi altamente influenciado pela alta liquidez e dos grandes incentivos econômicos de Bancos Centrais pelo mundo, o que agrada muito os investidores. Porém, as bolsas de Nova York passaram a operar em queda após a divulgação de novos dados de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que, apesar de serem menores, seguem altos.
Já o dólar fechou o dia em alta de 2,1%, vendido a R$ 5,37. O resultado é um reflexo do corte da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e das novas tensões políticas envolvendo o presidente americano Donald Trump, acusado por um ex-assessor de pedir ajuda da China para se reeleger.
Saiba Mais
Ele também afirma que o medo de uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus deixa os mercados apreensivos porque isso significaria lockdown em vários lugares, com fechamento da economia. No entanto, o momento atual é de otimismo.
"Temos um momento de afrouxamento agora que é necessário para recuperar a atividade econômica. Contudo, novos casos aparecem e o grande temor é um lockdown. Mas até agora, os indicadores de mortalidade por milhão e ritmo de espalhamento do vírus têm demonstrado que o surto tem uma tendência a ser controlado, no sentido que o pior já pode ter passado. Se o mercado se deparar com a deterioração desses indicadores, pode ter uma correção mais forte na bolsa", completa Silva.
*Estagiário sob a supervisão de Vicente Nunes
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.