Correio Braziliense
postado em 19/06/2020 04:04
A Petrobras reajustou os preços dos combustíveis na refinaria. A partir de hoje passam a vigorar aumentos de 5% na gasolina e de 8% no diesel. O impacto na bomba deve ser de R$ 0,0732 e de R$ 0,1205 por litro, respectivamente. Na gasolina, é o sexto aumento consecutivo, mesmo assim, no ano, a queda acumulada é de 20,2%%, segundo a estatal. Em Brasília, antes do reajuste, os preços estavam variando entre R$ 3,76 e R$ 3,99. Além das seis elevações seguidas, praticamente uma por semana desde 7 de maio, houve, também, dois aumentos no Distrito Federal, por conta da mudança na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Embora a Petrobras diga que pratica os aumentos de acordo com a paridade internacional, levando em consideração o preço do barril de petróleo e o câmbio, não há justificativa para os últimos reajustes, na opinião de Paulo Tavares, presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis/DF). “São oito aumentos considerando o ICMS, sendo que o barril do Brent está estável há duas semanas e o dólar também baixou no período”, explicou. “A Petrobras quer fazer caixa”, opinou.
Em 1º de janeiro de 2020, o litro da gasolina estava em R$ 2,05 na refinaria. Com o reajuste de hoje, vai para algo em torno de R$ 1,68, portanto, no acumulado, ainda há queda. No entanto, em 7 de maio houve alta de 12%, em 14 de maio, de 10%, em 21 de maio, mais 12%, em 27 de maio, aumento de 7% e, em 9 de junho, mais uma elevação de 10%. Nesta sexta, serão mais 5% de acréscimo.
A demanda pelo combustível também não teve uma recuperação expressiva para justificar a elevação, segundo Tavares. “No Plano Piloto, a queda na demanda por conta das medidas de isolamento social da pandemia foi de 80%. No Entorno, foi menor, mas, na média, ficou 50% abaixo do normal. Se houve recuperação, é algo em torno de 3%, nada significativo”, disse.
O barril de petróleo chegou a cair a US$ 17, quando a demanda da China despencou no início da pandemia no país asiático e houve uma disputa entre os maiores produtores de petróleo, Arábia Saudita e Rússia. Nos Estados Unidos, o barril teve preços negativos. No entanto, o valor acomodou-se em torno dos US$ 40 nas últimas semanas. Ontem, o Brent fechou em US$ 41, com queda de 0,27%.
“Em fevereiro, o preço da gasolina estava em R$ 1,83 na refinaria. No início da pandemia, a primeira grande queda foi em 13 de março, para R$ 1,668”, lembrou o presidente do Sindicombustíveis. “No auge da crise, chegou a custar R$ 1. Agora, vamos voltar ao patamar do início da pandemia”, comparou.
No caso do diesel, o motivo do reajuste é a falta de biodiesel. Tanto que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) fez uma resolução, esta semana, para reduzir, temporariamente, de 12% para 10%, a mistura do produto no diesel. Em 9 de junho, houve o último leilão de biodiesel para o período de julho e agosto, e as distribuidoras alertaram que os preços foram muito altos e que isso teria reflexo no preço do diesel na bomba.
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