O impacto na movimentação por cabotagem está relacionado ao crescimento no transporte de granéis líquidos e gasosos (10,1%) -- com destaque para o setor de petróleo e derivados --, assim como à alta de 58,1% no transporte de granéis sólidos no nos quatro primeiros meses do ano.
“Apesar de termos segmentos mais afetados durante a pandemia, o setor portuário tem mostrado resiliência aos efeitos da crise, mostrando um crescimento relevante no fechamento de dados do primeiro quadrimestre, com destaque para o aumento das movimentações da cabotagem. Isso mostra que estamos no caminho correto ao traçar o programa BR do Mar, que tem como objetivo potencializar ainda mais esse crescimento”, avaliou o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Quando a movimentação geral é levada em consideração, o setor portuário também registrou alta de 3,7% no período, sendo 65,2% das cargas operadas pelos portos privados e 34,8%, pelos portos públicos. Em toneladas, o volume total transportado foi de 340,4 milhões. Novamente, a movimentação de granéis líquidos e gasosos impactou os dados, após alta de 15,1% no período.
Segundo o levantamento da pasta, mesmo após o mês de janeiro ter registrado quedas de 30% no transporte de minério de ferro e soja, na comparação com 2019, o setor apresentou recuperação nos meses seguintes, com o minério de ferro mantendo o nível do ano anterior, e o petróleo e a soja impactando no resultado positivo final.
Docas
Na análise individualizada das autoridades portuárias que administram os portos públicos, levando-se em consideração dados de janeiro a maio, o destaque foi a a Companhia Docas do Pará (CDP), que teve acréscimo de 30% no período, em comparação com o ano anterior; seguida do Porto de Suape (PE), com alta de 21,1%; da companhia Portos do Paraná, que administra Paranaguá (PR) e Antonina (PR), com alta de 20,5%; além da autoridade portuária do Porto de Santos (SP), que registrou crescimento de 12% no período acumulado.
Dentre os maiores incrementos de movimentação nesse período, é possível destacar o aumento de 27,15% na movimentação de granel sólido vegetal no Porto de Paranaguá; de 28,33% na movimentação de granel líquido no Porto de Suape; e de 13,64% na movimentação de contêineres no Porto de Santos.
Os portos administrados pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) e pela Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) tiveram perdas de 15,68%, 34,37% e 6,27%, respectivamente.
Houve redução de 27,62% na movimentação de granel sólido no Porto de Vitória (ES) e de 24,36% de granel líquido combustível no Porto do Rio de Janeiro (RJ). Entretanto, embora sejam portos de movimentação expressiva, o levantamento realizado mostra que, até o momento, a tendência de queda geral no transporte não é uma realidade do setor portuário.