Economia

Auxílio emergencial terá mais R$ 1,2 mil

Extensão do benefício foi anunciada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro. Número de parcelas extras, no entanto, ainda não está definido. Se depender do governo, serão mais três: de R$ 500, R$ 400 e R$ 300

Correio Braziliense
postado em 26/06/2020 04:04
O presidente e o ministro Paulo Guedes: aumento de R$ 100 bilhões no orçamento do programa


O presidente Jair Bolsonaro confirmou a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600. Em live realizada ontem à noite, ele disse que o governo decidiu pagar mais R$ 1,2 mil para os 64 milhões de brasileiros que estão dependendo do benefício para sobreviver à pandemia do novo coronavírus. Porém, avisou que esse valor extra deve ser transferido de uma forma diferente, por meio de uma parcela de R$ 500, outra de R$ 400 e uma última de R$ 300.

“Os números não estão definidos ainda. Mas a gente vai prorrogar por mais dois meses o auxílio emergencial, que vai partir para uma adequação. Serão, com certeza, R$ 1,2 mil em três parcelas. Basicamente deve ser dessa maneira. Deve ser, estamos estudando, R$ 500, R$ 400 e R$ 300”, informou Bolsonaro, tendo ao lado o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O governo teve ontem um dia cheio de reuniões para discutir o futuro do benefício. Na live, Bolsonaro disse que a prorrogação do auxílio emergencial visa “atender aos desassistidos”. Mas ressaltou que espera que o processo seja acompanhado pela reabertura das atividades econômicas Brasil afora, para que a economia, de fato, comece a sair dessa crise. 

Custo
O presidente não cravou os valores das próximas parcelas porque há pressão da sociedade civil para que o valor de R$ 600 não seja reduzido. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por exemplo, voltou a dizer que acha melhor o governo dividir os R$ 1,2 mil adicionais em duas parcelas de R$ 600. Bolsonaro, porém, defende a tese de que os R$ 1,2 mil sejam pagos de forma decrescente ao longo de três meses. “Quem é do Bolsa Família, quando passar para R$ 500, vai tá ganhando mais uma e meia Bolsa Família. Quando passar a R$ 400, equivale a duas. E R$ 300 é uma Bolsa Família e meia”, disse.

Paulo Guedes também defendeu a proposta. “É uma ideia muito boa, presidente. Porque estava em R$ 600 e, à medida que a economia comece a se recuperar, comece a andar novamente, as pessoas vão se habituando. Era R$ 600, cai para R$ 500, R$ 400”, comentou Guedes, que, dias atrás, havia defendido o pagamento de duas parcelas de R$ 300.

O ministro da Economia ainda informou que, com a prorrogação do auxílio emergencial, vai chegar a R$ 1 trilhão o impacto fiscal do pacote de enfrentamento ao novo coronavírus. E cerca de um quarto disso deve sair do auxílio emergencial. Só com as três primeiras parcelas de R$ 600, o programa chegou a R$ 151 bilhões. Com a transferência de mais R$ 1,2 mil para os trabalhadores, o orçamento deve aumentar em quase R$ 100 bilhões.

Guedes ressaltou que o número de brasileiros contemplados pelo benefício já chega a 64 milhões e, portanto, supera em muito as expectativas do governo, que, no início da pandemia, calculava pagar os R$ 600 para 40 milhões de pessoas.

O ministro lembrou, no entanto, que esse programa não deve ser definitivo. A ideia do governo é criar, mais adiante, um novo programa social, o Renda Brasil, que garanta a transferência de renda básica para os brasileiros que hoje são atendidos pelo Bolsa Família e também permita a formalização dos trabalhadores informais. 

Terceira parcela
Paulo Guedes ainda indicou que o pagamento da terceira parcela do auxílio emergencial começa amanhã e segue até o sábado da próxima semana. O calendário é esperado por 40 milhões de trabalhadores. Até agora, só os 19,2 milhões que trocaram o Bolsa Família pelo auxílio emergencial começaram a receber a terceira parcela. Os que pediram os R$ 600 pelo aplicativo da Caixa ou pelo CadÚnico ainda aguardam a transferência. A expectativa é que o cronograma seja detalhado hoje pela Caixa Econômica Federal.

Ramos antecipa medida
O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, cometeu um deslize nas redes sociais ontem em relação às novidades do auxílio emergencial. Pela manhã, ele se apressou em informar que o governo pagaria três parcelas extras, em valores decrescentes de R$ 500, R$ 400 e de R$ 300. Na mensagem, Ramos disse, ainda, que os pagamentos adicionais custariam R$ 229,5 bilhões para os cofres da União. Pouco tempo depois, no entanto, Ramos apagou a postagem.


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