"Eu acho que politicamente, a pior bandeira para a privatização é dizer que você está vendendo porque tem um problema fiscal. Você já aumenta a resistência de partida. Na realidade, a gente precisa privatizar para melhorar a qualidade dos serviços prestados, a qualidade da infraestrutura torna a economia mais eficiente e mais competitiva, e não simplesmente por uma questão de caixa", disse ela.
Elena comentou também que acredita que o excesso de burocracia prejudica o país, especificamente quando o assunto é privatização. "Acho que a governança na área de desestatização piorou. Sei que muita gente vai discordar de mim, mas eu não vejo sentido em ter o conselho do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI), o próprio PPI, o PND, a Secretaria de Desestatização, BNDES, um ministro de Transportes, Casa Civil. É muita gente eu acho que isso torna o processo mais lento e mais complexo na burocracia", defendeu.
Ela afirmou ainda que existe hoje um pensamento de que a infraestrutura salvará o Brasil da crise, com o qual não concorda. Para a economista, obras de infraestrutura impactam a sociedade no longo prazo e para que a economia caminhe, em sua avaliação, é necessário trabalhar em reformas como a tributária e administrativa.
"Se você não tiver abertura da economia, reforma tributária e tantas outras reformas fundamentais, não adianta ficar bradando que infraestrutura vai atrair investimentos. Precisa de muito mais, como, por exemplo, reduzir o risco político do Brasil", completou.
*Estagiário sob a supervisão de Vicente Nunes