Economia

Menos da metade de brasileiros em idade de trabalhar está ocupado, diz IBGE

Segundo o instituto, a taxa de ocupação da população brasileira caiu para 49,5% em maio. É a primeira vez na história que essa taxa fica abaixo dos 50%

Correio Braziliense
postado em 30/06/2020 09:44

Pessoas na fila para emprego no Mané GarrinchaMenos da metade da população brasileira em idade de trabalhar estava efetivamente ocupada no trimestre encerrado em maio deste ano, que foi marcado pela chegada da pandemia do novo coronavírus no país. É a primeira vez que isso acontece no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (30/6) pelo IBGE, 85,9 milhões de brasileiros estavam trabalhando em maio deste ano. Esse número, contudo, representa apenas 49,5% da população em idade de trabalhar - a menor taxa de ocupação da série histórica da Pnad, iniciada em 2002.

 

“Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, o nível da ocupação ficou abaixo de 50%. Isso significa que menos da metade da população em idade de trabalhar está trabalhando”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy

 

Esse número representa um recuo de 8,3% da população ocupada. Ou seja, a saída de 7,8 milhões de trabalhadores desse grupo. E um recuo de 5 pontos percentuais da taxa de ocupação, que passou de 54,5% no trimestre encerrado em fevereiro para 49,5% no trimestre encerrado em maio.

 

A redução da população ocupada revela o impacto da crise causada pelo novo coronavírus no Brasil e se reflete em vários outros indicadores da Pnad Contínua. Segundo o IBGE, com a redução da população acabada, a taxa de desemprego avançou de 11,6% para 12,9% entre fevereiro e maio. O número de brasileiros desempregados chegou, portanto, a 12,7 milhões.

 

Com isso, também caiu o número de empregados com carteira de trabalho, o número de empregados sem carteira assinada, o número de trabalhadores por conta própria e até o número de trabalhadores informais. Segundo o IBGE, há 7,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada há menos no país - diminuição de 7,5%; menos 2,1 milhões de trabalhadores por conta própria - redução de 8,4%; e menos 2,4 milhões de empregados do setor privado sem carteira assinada - contração de 20,8%.

 

Já a taxa de informalidade recuou de 40,6% para 37,6%, já que muitos trabalhadores informais ficaram sem condições de manter suas atividades diante das medidas de isolamento social impostas pela covid-19. “Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais”, revela Adriana Beringuy. E ela lembra que a redução da informalidade "não necessariamente é um bom sinal". "Significa que essas pessoas estão perdendo ocupação e não estão se inserindo em outro emprego. Estão ficando fora da força de trabalho”, explica.

 

Com isso, a subutilização e o desalento avançaram no país, assim como o desemprego. De acordo com a Pnad Contínua, a população subutilizada cresceu 13,4% no trimestre encerrado em maio, chegando a 30,4 milhões de pessoas. E a população desalentada registrou um novo recorde: com alta de 15,3%, o desalentou chegou a 5,4 milhões de brasileiros.  

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