Correio Braziliense
postado em 01/07/2020 04:14
Mesmo com as incertezas geradas pela pandemia da covid-19, o mercado imobiliário ficou mais aquecido. Segundo pesquisa realizada pela consultoria Brain Inteligência Estratégica, o setor registrou aumento de 22% nas vendas em junho, número 6% superior a março, e 3% maior que abril, meses iniciais da pandemia.
As regiões Sul e Centro-Oeste tiveram maior crescimento entre março e junho. A primeira saltou de 8% em março para 23% em junho, e a segunda foi de 15% para 22% no mesmo período. O Sudeste se manteve estável (de 26% em março para 25% em junho) assim como Norte e Nordeste, que foram unificados na pesquisa (16% em março para 18% em junho).
“Acredita-se que esses números possam se relacionar com os efeitos da pandemia sentidos desigualmente ao longo do tempo nas regiões brasileiras” comenta o CEO da Brain, Fábio Tadeu Araújo.
A pesquisa também mostrou um leve aumento na intenção de compra, que, em março correspondia a 55% e em junho subiu mais 3%. Já os motivos para não comprar variam de acordo com a renda. “Quem ganha acima de R$ 11 mil sofre com as incertezas em relação à pandemia, algo mais psicológico. Já quem possui renda até esse valor desiste da compra por ter perdido o emprego”, disse Araújo.
A análise também avaliou se o isolamento interferiu no tipo de imóvel pretendido. “Quando questionados se o isolamento social interferiu na decisão do imóvel desejado, verificou-se que o impacto nesta decisão foi pequeno, inferior a 10% em junho, em linha com abril. Para aqueles cuja escolha foi modificada, a questão do valor foi mais importante (23%), vindo em segundo lugar o número de cômodos (20%). E 10% afirmaram que mudaram a escolha de apartamento para casa”, diz a pesquisa.
Mercado no DF
O mercado imobiliário do Distrito Federal também teve aquecimento e fechou maio com a maior velocidade de vendas em 2020. O Indicador de Velocidade de Vendas (IVV) apurou um índice de 9,1% para o segmento residencial, o mais alto registrado para o mês desde o início do monitoramento, há seis anos.
As regiões administrativas com maior volume de vendas foram Santa Maria (36,8%), Planaltina (24,1%) e Samambaia (12,3%). Nos segmentos de médio e alto padrões, o maior volume foi registrado no Setor Noroeste (8,6%). A maioria dos imóveis vendidos estão em construção.
“A moradia, a casa, passa por uma ressignificação imposta pela pandemia da covid-19, e isso está puxando o mercado”, avalia Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF). Segundo ele, além do distanciamento social, a necessidade de comprar um imóvel maior e a prática do trabalho à distância ampliaram as funções do imóvel residencial. “Muitas pessoas e mesmo famílias estão precisando de mais espaço”, comentou.
* Estagiário sob supervisão de Vicente Nunes
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