Economia

CNI: 83% das empresas acreditam precisar de inovação no pós-pandemia

A pesquisa revela que as vendas foram o aspecto mais impactado pela pandemia, sendo citadas por 57% dos entrevistados

Correio Braziliense
postado em 01/07/2020 08:25
Comércio fechado na rua 25 de Março durante a quarentenaSoluções inovadoras serão decisivas para acelerar a retomada da atividade e do crescimento da economia no Brasil pós-pandemia do novo coronavírus, avaliam exec utivos ouvidos em estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) encomendado ao Instituto FSB Pesquisa. De acordo com o levantamento, 83% das empresas afirmam que vão precisar de mais inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mundo pós-pandemia.

A linha de produção é apontada como área prioritária para receber inovações por 58% dos executivos, seguida pela área de vendas (19%). A pesquisa mostra que 65% das médias e grandes empresas tiveram sua produção reduzida ou paralisada em razão da pandemia e 69% garantem também ter perdido faturamento.

Para a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio, a crise tende a acelerar o desenvolvimento de inovações já em curso. "O atual contexto de pandemia deixou ainda mais evidente para as empresas a necessidade de se investir em tecnologias inovadoras e, principalmente, em aperfeiçoamento das metodologias de gestão", afirma Sagazio.

A pesquisa revela que as vendas foram o aspecto mais impactado pela pandemia, sendo citadas por 57% dos entrevistados. Em seguida, a cadeia de fornecedores teve 14% das citações, e a linha de produção, 8%. Para a CNI, esses números revelam que "mudar se tornou imperativo". Entre as empresas consultadas, 68% alteraram de alguma forma seu processo produtivo, mas só 56% dessas consideram ter inovado de fato após a mudança.

Entre as alterações feitas na produção em decorrência da pandemia, a mais citada diz respeito à relação com trabalhadores (90%). Em seguida, vêm mudanças na linha de produção (84%), nos processos de venda (82%), na gestão (75%), logística (62%), na cadeia de fornecedores (61%) e no controle de estoques (55%).

A cultura de inovação já vendo sendo praticada na maioria das empresas consultadas, segundo o levantamento, com 92% delas dizendo que inovam. Dessas, 55% afirmaram que a inovação aumentou muito a produtividade. As empresas do Centro-Oeste, ligadas ao agronegócio, foram as que mais relataram muito ganho de produtividade (69%) em razão de inovações.

Mas o orçamento para inovar ainda é um problema para as empresas Entre as que afirmam inovar, só 37% dizem ter orçamento específico para isso e 33% têm profissionais dedicados exclusivamente aos processos de inovação. Os executivos que dizem dar importância média ou baixa à inovação apontaram a falta de recursos e de pessoal qualificado para inovar.

A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 26 de junho, com executivos de 402 empresas industriais de médio e grande portes, que foram entrevistados por telefone.


Plataforma


Saiba Mais

A CNI anuncia nesta quarta-feira, 1, parceria com a SOSA, empresa multinacional de inovação aberta. De acordo com a entidade, o acordo vai possibilitar que indústrias e startups no Brasil tenham acesso aos ecossistemas de tecnologia da SOSA em Nova York e Tel Aviv. Segundo a CNI, a partir dessa parceria, as empresas brasileiras poderão participar de atividades de inovação aberta, de reconhecimento técnico para incentivar casos de aplicação imediata.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags