Correio Braziliense
postado em 01/07/2020 20:22
No primeiro pregão do segundo semestre, nesta quarta-feira (1º/7), o índice Ibovespa surpreendeu e encerrou com alta de 1,21%, aos 96.203 pontos. A alta foi impulsionada por dados positivos da economia brasileira, que melhorou no mês de junho em relação a maio.
O Índice Gerente de Compras brasileiro passou de 38,3 em maio para 51,6 em junho. Quando o índice fica acima de 50, isso significa um aquecimento da economia. Já no câmbio, o dólar deve desvalorização de 2,24%, vendido a R$ 5,31.
Vacina contra a covid-19
Apesar do receio de uma nova onda de contaminações por covid-19 em vários países, o mercado se viu otimista com as notícias recentes de testes promissores com vacinas feitos por chineses. É o que explica Cristiane Fensterseifer, analista de ações da Spiti.
"O que motivou a alta foram algumas notícias, como por exemplo o resultado positivo de uma vacina da Pfizer com a Biotech. Esse teste mostrou que a vacina produziu bastante anticorpos. Foi uma notícia muito boa. Aumentam as chances de uma vacina ter sucesso e estar disponível no fim do ano. Além disso, o Índice Gerente de Compras do Brasil foi positivo, acima de 50. Isso é muito importante, nossa economia dá sinais de vida", disse ela.
"O que motivou a alta foram algumas notícias, como por exemplo o resultado positivo de uma vacina da Pfizer com a Biotech. Esse teste mostrou que a vacina produziu bastante anticorpos. Foi uma notícia muito boa. Aumentam as chances de uma vacina ter sucesso e estar disponível no fim do ano. Além disso, o Índice Gerente de Compras do Brasil foi positivo, acima de 50. Isso é muito importante, nossa economia dá sinais de vida", disse ela.
Fensterseifer também avalia que, no atual momento, o que se vê no mercado é divisão no que diz respeito às expectativas de recuperação. No entanto, segundo ela, é grande a porcentagem de investidores que está otimista. "Tenho visto gestores muito renomados, experientes, com opiniões opostas sobre a recuperação. Tem gente de referência se colocando como cético, e outros que estão mais confiantes. Mas boa parte está antecipando uma melhora", conta.
Cenário internacional
No cenário internacional, há preocupação com o aumento do número de casos de covid-19 nos Estados Unidos. O estado da Califórnia, por exemplo, recuou na flexibilização e fechou bares e restaurantes após um aumento repentino no número de casos. Para Cristiane, o mercado está de olho nas sinalizações do presidente americano, Donald Trump.
"Trump disse que pretende incentivar a volta aos trabalhos nos EUA. A sinalização dele é muito mais no sentido de uma abertura da economia. E a gente não pode esquecer que tem uma eleição presidencial lá e ele está buscando soluções que não sejam impopulares", explicou.
"Trump disse que pretende incentivar a volta aos trabalhos nos EUA. A sinalização dele é muito mais no sentido de uma abertura da economia. E a gente não pode esquecer que tem uma eleição presidencial lá e ele está buscando soluções que não sejam impopulares", explicou.
Setor aéreo ameaçado
Um dos setores mais afetados pela pandemia, o setor aéreo passa por uma grave crise. Na Europa, a gigante Airbus, fabricante de aeronaves, anunciou que vai demitir 15 mil funcionários. A Ryanair, com sede na Irlanda, anunciou corte de 3,5 mil postos de trabalho. Já na América Latina, a Aeroméxico se junta à Avianca e à Latam e entra com pedido de recuperação judicial.Cristiane Fensterseifer pontua que as ações das empresas do setor apresentam risco elevado. Para quem investe em papéis dessas empresas, segundo ela, é preciso estar atento às notícias e à movimentação de viagens.
"Essas ações estão bastante arriscadas. A demanda de voos foi muito impactada. A gente tem que estar muito atento à capacidade de deslocamento das pessoas, seja para turismo ou trabalho, acordos de trabalho das companhias, tudo isso tem que ser colocado na conta quando se trata de ações de empresas desse setor. Sem dúvidas, são arriscadas. Em tempos normais, essas empresas já costumam ser prejudicadas com a alta do dólar", completou.
"Essas ações estão bastante arriscadas. A demanda de voos foi muito impactada. A gente tem que estar muito atento à capacidade de deslocamento das pessoas, seja para turismo ou trabalho, acordos de trabalho das companhias, tudo isso tem que ser colocado na conta quando se trata de ações de empresas desse setor. Sem dúvidas, são arriscadas. Em tempos normais, essas empresas já costumam ser prejudicadas com a alta do dólar", completou.
*Estagiário sob a supervisão de Humberto Rezende
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.