Economia

Bancos já liberaram R$ 1,1 trilhão de crédito na pandemia, aponta Febraban

A atuação do sistema financeiro na pandemia do novo coronavírus foi o tema do Correio talks desta quinta-feira (02/07)

Correio Braziliense
postado em 02/07/2020 17:49
A atuação do sistema financeiro na pandemia do novo coronavírus foi o tema do Correio talks desta quinta-feira (02/07)Os bancos brasileiros já liberaram mais de R$ 1,1 trilhão de crédito, entre novos financiamentos e renegociações de dívidas, desde o início da pandemia do novo coronavírus. E seguem dispostos para contribuir com a retomada da economia brasileira. Foi o que garantiu o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, no Correio Talks.

"Os bancos nunca tiveram uma atuação tão pró-ativa quanto nessa crise. Os recursos disponibilizados pelo governo não estão encalhados nos bancos. Temos números superlativos e inéditos. Já ultrapassamos mais de R$ 1,1 trilhão em concessão de créditos, incluindo contratações, renovações e suspensão de parcelas. Além disso, o setor já renegociou 11,5 milhões de contratos com operações em dia, que têm um saldo devedor total de cerca de R$ 600 bilhões. Suspendemos parcelas de pagamento por até 180 dias, que somam quase R$ 80 bilhões, dando alívio financeiro imediato para empresas e consumidores", contou Isaac Sidney, em webinar promovido pelo Correio nesta quinta-feira (02/07) para discutir a importância do sistema financeiro na pandemia da covid-19.

O presidente da Febraban concluiu que os bancos têm sido fundamentais no enfrentamento da crise do novo coronavírus. Afinal, têm permitido a recomposição de parte da renda das famílias e empresas que foram atingidas financeiramente pela pandemia, como também têm garantido a segurança necessária à poupança dos demais brasileiros e permitido que esses brasileiros façam seus pagamentos de forma segura, sem sair de casa, na pandemia.

Porém, reconheceu que isso ainda não foi suficiente, já que milhares de micro e pequenas empresas continuam se queixando das dificuldades de se financiar no sistema bancário. "Não podemos tapar os olhos. É inegável que merecem ainda mais atenção e esforços, nessa retomada, as micro e pequenas empresas. As ações dos bancos em prol desse importante segmento da economia brasileira já são expressivas, mas precisamos intensificar", admitiu. Mas logo garantiu que os bancos brasileiros estão trabalhando para solucionar esse problema. "Essas críticas nos chamam a fazer melhor, a corrigir caminhos", comentou.

Ele pediu, por sua vez, que o governo colabore com o sistema bancário nessa missão de fazer o crédito chegar, com as condições adequadas, a quem mais precisa de ajuda financeira na crise do novo coronavírus. "Os programas de crédito do governo são bons, estão dando resultados efetivos, mas ainda existem problemas. O momento, pelo lado do Estado, também é de simplificação das regras, de menos burocracia, de flexibilidade, de assunção do risco de crédito de quem foi mais atingido pela crise", cobrou o presidente da Febraban, lembrando que, mundo afora, "as principais economias estão assumindo o risco de crédito, sobretudo das empresas e dos setores mais atingidos" pela pandemia de covid-19.

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Sidney também pediu compreensão ao Congresso Nacional. Afinal, por conta da pandemia, os parlamentares têm discutido propostas como a do tabelamento de juros que até tentam aliviar o bolso dos brasileiros, mas poderiam causar problemas para o sistema financeiro e até aprofundar a crise atual, segundo os bancos. "Uma crise não deve gerar outra crise. Uma crise nos bancos, a essa altura, teria grandes consequências na retomada da atividade, na confiança das pessoas, na credibilidade de nossa economia", alertou.

Por fim, o presidente da Febraban assegurou que os bancos brasileiros estão prontos para contribuir com o processo de recuperação da economia. E destacou que "a retomada econômica está logo ali" e ocorrerá em um novo contexto do sistema financeiro brasileiro. Um contexto de mais tecnologia e menos juros, que pode contribuir com a inclusão bancária dos brasileiros e com o financiamento de projetos estruturantes importantes para a economia.

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