Economia

R$ 1 trilhão liberado

Correio Braziliense
postado em 03/07/2020 04:14
Os bancos brasileiros já liberaram mais de R$ 1,1 trilhão de crédito, entre novos financiamentos e renegociações de dívidas, desde o início da pandemia do novo coronavírus. Porém, admitem que é preciso fazer mais para que o crédito chegue a quem mais precisa, e pedem ajuda do Estado nesta missão. Foi o que apontou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, no Correio Talks.

“Os bancos nunca tiveram uma atuação tão proativa quanto nessa crise. Os recursos disponibilizados pelo governo não estão encalhados nos bancos. Temos números superlativos e inéditos”, garantiu Isaac Sidney. Ele disse que, além das novas concessões, os bancos brasileiros já renegociaram cerca de 11,5 milhões de contratos. Por isso, têm cumprido um papel importante na recomposição da renda das famílias e empresas que foram atingidas financeiramente pela pandemia, ao mesmo tempo em que garantem segurança para a poupança dos demais brasileiros e permitem que eles façam pagamentos de forma segura, sem sair de casa.

O presidente da Febraban concluiu que “se não fosse pela atuação dos bancos, estaríamos enfrentando uma recessão ainda maior e a retomada da economia seria bem mais difícil”. E pediu que a população brasileira compreenda o papel social dos bancos para deixar de olhar o sistema financeiro apenas como o responsável pelas suas contas e dívidas.

Ele reconheceu, porém, que isso tudo ainda não foi suficiente para o enfrentamento da covid-19. Afinal, a “crise ainda é muito profunda e severa”. Sidney garantiu que os bancos estão trabalhando para melhorar ações como ao atendimento a pequenas e microempresas e pediu que o governo colabore para fazer o crédito chegar, com as condições adequadas, a quem mais precisa.

“Os programas de crédito do governo são bons, estão dando resultados efetivos, mas ainda existem problemas. O momento, pelo lado do Estado, também é de simplificação das regras, de menos burocracia, de flexibilidade, de assunção do risco de crédito de quem foi mais atingido pela crise”, cobrou o presidente da Febraban. Ele lembrou que, diferente do que ocorre no Brasil, “as principais economias estão assumindo o risco de crédito, sobretudo das empresas e dos setores mais atingidos” pela pandemia.  Sidney também pediu compreensão ao Congresso Nacional na votação de medidas que, por mais meritórias que pareçam, podem causar uma crise bancária e aprofundar a recessão. (MB)




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