Economia

Deficit público vai a R$ 828 bi

Correio Braziliense
postado em 03/07/2020 04:14
Waldery: Brasil gasta, proporcionalmente,  mais do que outros países

O aumento dos gastos com medidas emergenciais de combate aos efeitos da pandemia de covid-19 deve gerar um deficit de R$ 828,6 bilhões nas contas bilhões do setor público consolidado, que inclui governos federal e regionais mais as estatais federais. O rombo será equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo projeções atualizadas divulgadas ontem pelo Ministério da Economia. Com isso, a dívida pública bruta deve se aproximar de 100% do PIB.

Na previsão anterior, de junho, o deficit era estimado em R$ 708,9 bilhões, ou 9,9% do PIB. As novas estimativas utilizaram como base a mediana das previsões do mercado financeiro, coletadas pelo Banco Central no Boletim Focus, que projetam retração de 6,5% da economia neste ano.

Assim, o governo passou a prever rombo de R$ 795,6 bilhões (11,5% do PIB) no resultado primário do governo central, que agrega as contas de Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência. As expectativas de deficit de R$ 30,6 bilhões para estados e municípios, e de R$ 2,4 bilhões para estatais federais não foram alteradas.  

A equipe econômica atualizou ainda o cálculo dos gastos com medidas no combate à pandemia, que passou de R$ 417,7 bilhões, em junho, para R$ 521,3 bilhões, em julho, o equivalente a 7,5% do PIB. “O Brasil tem tomado ações relativamente grandes, comparando com os países emergentes e avançados”, destacou o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues. Segundo ele, o gasto relativo do Brasil “está acima das médias dos países avançados, de 5,8% do PIB; e dos países em desenvolvimento, de 4,1% do PIB”.

Teto de gastos
Durante a apresentação dos dados, Waldery reforçou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não pretende flexibilizar o teto de gastos — pilar da confiança do mercado de que o governo ainda tem capacidade para controlar as despesas públicas.

Com as novas projeções de deficit e de queda da economia, o governo avalia que a dívida pública bruta chegará no fim deste ano a 98,2% do PIB. Nos anos seguintes, o endividamento permaneceria estável, alcançando 98,6% do PIB em 2024, quando começaria a cair até chegar em 92,2%, em 2029. A previsão da pasta, o é que o deficit primário seria zerado em 2025. Em uma estimativa de queda de 8,5% do PIB, porém, a dívida bruta saltaria para 100,6%. (RH)




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