Economia

Queda nas contratações é a maior causa da diminuição do emprego formal

O estudo do Ipea aponta que a queda na população ocupada do Brasil se acentuou a partir de abril

Correio Braziliense
postado em 06/07/2020 11:23

carteira de trabalhoA contração nas admissões teve maior relevância que o aumento dos desligamentos para a queda no emprego formal, no Brasil, na maior parte dos setores, de acordo com o estudo “A evolução do emprego setorial em 2020: Quão heterogêneo foi o tombo entre os setores?”, do Instituto de pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento aponta que os setores de alimentação e alojamento, em termos relativos, foram os mais afetados com o aumento do desemprego – porque ajustaram o emprego nas duas margens —, seguidos pelo setor de construção. Já os setores de administração pública e de agricultura foram os menos impactados pela atual crise.

 

As iniciativas para conter a disseminação do novo coronavírus, entre elas o isolamento social, afetaram fortemente a população ocupada no Brasil, principalmente a partir de abril. A análise dos registros administrativos para o setor formal, reforça o Ipea, já revela um impacto negativo de forma generalizada, cuja intensidade variou ao longo dos segmentos. A pesquisa, assinada pelos pesquisadores Carlos H. Corseuil, Lauro Ramos e Felipe Russo, destaca que informações do mercado de trabalho deixam claro que o setor formal teve forte retração do emprego, com ritmo ditado pela queda das taxas de admissão na maior parte dos setores. 

 

“Os segmentos de comércio, reparação de veículos e indústria da transformação, por exemplo, contrataram, respectivamente, menos 200 mil e 100 mil trabalhadores, em abril e maio, na comparação com 2019. A boa notícia é que, de uma forma geral, as admissões registradas em maio deste ano foram superiores às de abril, com exceção dos setores de educação, saúde, arte e cultura”, informa o estudo.

 

Os pesquisadores do Ipea Carlos H. Corseuil, Lauro Ramos e Felipe Russo avaliaram os efeitos das medidas de contenção da pandemia sobre o nível do emprego setorial, a partir do cruzamento de informações dos registros administrativos de admissões e desligamentos do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), além de pedidos do seguro-desemprego e informações sobre abertura de empresas no estado de São Paulo. A análise também incorporou o segmento informal da economia a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do IBGE.

 

O estudo contempla setores como comércio, construção, serviços domésticos, administração pública, indústrias extrativas, educação, saúde, cultura, transporte, atividades imobiliárias, científicas e técnicas, agricultura e pecuária, além de alojamento e alimentação. Pelos dados da Pnad Contínua, no trimestre terminado em abril, a população ocupada no país diminuiu 3,1 milhões em comparação ao mesmo trimestre do ano passado. Os dados do Caged mostraram, no acumulado de 2020, um saldo negativo de mais de 700 mil empregos formais.

 

 

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