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Correio Braziliense
postado em 08/07/2020 04:16

A hora do otimismo?
Por mais que os pessimistas teimem em dizer que a economia no Brasil e no mundo vai demorar para se recuperar, indicadores divulgados nos últimos dias mostram que o caminho pode ser diferente. Nos Estados Unidos, os relatórios de emprego revelam a firme disposição das empresas para contratar — ou, ao menos, para parar de demitir — e as vendas crescentes no varejo reforçam a confiança dos consumidores. Na China e em boa parte da Europa, os números são igualmente animadores. No Brasil, dados da indústria, da construção e do consumo das famílias dão a nítida impressão que o pior ficou para trás, embora restrições financeiras ameacem empresas de diversos setores. Se não houver uma segunda onda do coronavírus, e espera-se que isso não ocorra em nenhum lugar do mundo, é provável que o segundo semestre seja marcado por algum otimismo, inclusive com a possibilidade real de uma vacina contra a covid-19. O mundo merece respirar um pouco mais aliviado depois de tanto sofrimento.

Investimentos aceleram em maio
Um termômetro importante da confiança dos empresários é o volume de investimentos feitos no país. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), eles subiram 28,2% em maio na comparação com abril, considerando o ajuste sazonal. Foi a primeira alta depois de dois meses de baixas expressivas motivadas pelo coronavírus. Na comparação anual, houve recuo de 19,6%. “Temos um caminho a percorrer para atingir o nível anterior à crise”, disse José Souza Júnior, diretor do Ipea.

“Reforma tributária não deve ser a toque de caixa”
Um grande empresário do setor têxtil diz que está preocupado com a falta de debates em torno da reforma tributária. “O ministro Paulo Guedes declarou que ela será aprovada ainda neste ano, mas nem discutimos direito como ficarão as novas regras”, diz. “É preciso chamar todos os setores para uma conversa franca e direta. A reforma é importante demais para ser tratada a toque de caixa.” O empresário sonha com o modelo de imposto único defendido pelo colega Flávio Rocha, dono da Riachuelo.   

Nike descobre as vantagens do e-commerce
A crise do coronavírus mostrou para as grandes marcas que o e-commerce é um caminho sem volta. As vendas digitais da americana Nike, que nunca levou muito a sério os negócios on-line, já respondem por 30% do faturamento da empresa. É fácil entender por que elas devem ser encaradas como prioridade. Além de os consumidores estarem mais abertos a esse tipo de compra, as transações pelo e-commerce da Nike são duas vezes mais rentáveis do que as realizadas nas lojas físicas.

» A Kimberly Clark, multinacional americana presente em 175 países, lançou no Brasil, em parceria com a consultoria Innoscience, o programa K-Conecta, que busca estimular parcerias com startups. Para participar, as empresas iniciantes devem se cadastrar no site da empresa até 29 de julho.


» A Uber conheceu os dois lados da crise do coronavírus. Enquanto o transporte de passageiros caiu 80% no auge da pandemia, as entregas de alimentos foram na direção oposta. No primeiro trimestre, as receitas globais da Uber Eats cresceram cerca de 50% na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 4,6 bilhões.


» Algumas decisões tomadas por grandes empresas para cortar custos podem ter efeito negativo em suas reputações. Desde que o mercado começou a especular a possibilidade de a Apple vender o iPhone 12 sem carregador e sem fone de ouvido, as redes sociais foram tomadas por uma onda de indignação contra a companhia. Não será surpresa se a Apple voltar atrás.


» O frigorífico Marfrig vai desembolsar R$ 50 milhões em um programa de socorro a bares e restaurantes. Batizado de “#TMJMarfrig”, ele consiste na ampliação do prazo de vencimento das faturas e no aumento do limite de crédito para compra. Segunda a Marfrig, o projeto deverá beneficiar 5 mil estabelecimentos.

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