Economia

Varejo avança 13,9% em maio, após tombo recorde de abril

Dado mostra que o pior da crise do novo coronavírus ficou em abril. Porém, ainda não é suficiente para reverter as perdas da pandemia

Correio Braziliense
postado em 08/07/2020 09:47
VarejoAs vendas do varejo brasileiro cresceram 13,9% em maio deste ano, após dois meses consecutivos de queda. A alta reforça o discurso do governo de que o pior da crise do novo coronavírus ficou para trás. Porém, ainda não é suficiente para reverter todas as perdas causadas pela pandemia: mesmo com esse crescimento, o varejo está em um nível 7,2% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.

O desempenho do varejo brasileiro em maio foi divulgado nesta quarta-feira (08/07) pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, o varejo brasileiro havia sofrido um tombo recorde de 16,3% em abril, com resultados negativos em todas as atividades varejistas, devido ao impacto da quarentena. Porém, começou a ensaiar uma recuperação em maio, devido à flexibilização do isolamento social.

Segundo a PMC, em relação a abril, as vendas cresceram 13,2% no comércio varejista e 19,6% no comércio varejista ampliado, que inclui a venda de veículos e materiais de construção. As altas foram as maiores da série histórica, mas refletem o tamanho do tombo sofrido em abril, quando o varejo chegou ao fundo do poço devido ao isolamento social. É que, em relação a maio de 2019, o varejo continua no vermelho: a queda é de 7,2% no comércio varejista e de 14,9% no comércio varejista ampliado.

"Foi um crescimento grande percentualmente, mas temos que ver que a base de comparação foi muito baixa. Se observamos apenas o indicador mensal, temos um cenário de crescimento, mas ao olhar para os outros indicadores, como a comparação com o mesmo mês do ano anterior, vemos que o cenário é de queda”, comentou o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Por conta disso, no acumulado do ano, o saldo das vendas ainda é negativo: -3,9% no varejo e -8,6% no varejo ampliado.
 
 

Setores


Assim como ocorreu em abril, quando a queda foi generalizada; a alta de maio foi espalhada em todas as atividades varejistas do Brasil. O maior crescimento foi o das vendas de tecidos, vestuário e calçados, que após um mês inteiro de lojas fechadas, ampliou as vendas em 100,6%. Mas também houve altas significativas nas vendas de móveis e eletrodomésticos (47,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (45,2%), livros, jornais, revistas e papelaria (18,5%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (16,6%). No varejo ampliado, também foram registrados avanços na comercialização de veículos e motos (51,7%) e de material de construção (22,2%). 

Até os itens essenciais, que continuaram sendo consumidos na quarentena, registraram alta na passagem de abril para maio. A venda de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, por exemplo, crescer 10,3%; a de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 7,1%; e de combustíveis e lubrificantes, 5,9%.

Saiba Mais

Quase todas essas taxas, contudo, também são positivas apenas quando se compara maio com abril. Isso porque, em relação ao mesmo período do ano passado, apenas um setor registra crescimento. É o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que cresceu 9,4% nos últimos 12 meses, puxado pelo crescimento das atividades dos mercados (10,9%), que viram o movimento aumentar na quarentena.

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