Economia

Sistema financeiro do futuro é quase todo digital, diz presidente do BC

Roberto Campos Neto indicou que o processo de transformação digital do sistema financeiro começa com os pagamentos instantâneos neste ano, mas pode até culminar com uma moeda digital

Correio Braziliense
postado em 08/07/2020 11:04
Roberto Campos NetoO sistema financeiro do futuro é quase que inteiramente digital e pode até incluir uma moeda digital. É o que acredita o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que, por isso, quer avançar cada vez mais com a digitalização dos clientes e dos serviços bancários brasileiros.

"A gente imagina que o sistema do futuro é quase inteiro digital e culminando com o que a gente chama de moeda digital, que é o que a gente vê lá na frente", disse o presidente do BC, na abertura do evento Conexão Pix, que foi gravado na última segunda-feira (06/07), mas exibido apenas nesta quarta-feira (08/07) pelo Banco Central no YouTube.

Por conta desse entendimento, Roberto Campos Neto disse que o objetivo da autoridade monetária "é transformar a intermediação financeira do futuro". "A gente quer digitalizar as pessoas, digitalizar os processos, gerar competição, diminuir o custo operacional, facilitar acesso de crédito. É um processo muito inclusivo e que vai gerar, no nosso entendimento, um sistema mais equilibrado na frente", contou.

O presidente do BC ainda sugeriu que o PIX, sistema de pagamentos instantâneos que o BC promete lançar neste ano, deve ser apenas o início desse processo de transformação digital do sistema financeiro brasileiro.
"O PIX se encontra com o open banking em algum momento. E a gente tem outros projetos paralelos que vão melhorar essa função de intermediação financeira no futuro", declarou o presidente do BC, sem, no entanto, revelar quais são esses planos e sem indicar se eles de fato incluem a criação de uma moeda digital.

Ele destacou, por sua vez, que o PIX será um pilar fundamental deste processo de transformação digital do sistema financeiro. E indicou que essa possibilidade de fazer pagamentos instantâneos vai atender parte da demanda da população que recorreu às criptomoedas nos últimos anos. "A gente pensa em cinco coisas quando pensa no PIX. Um sistema rápido, barato, seguro, transparente e aberto. Essas características são importantes porque, um tempo atrás, quando começamos a entender qual a demanda da população em relação a meios de pagamento ficou óbvio, através da aparição das criptomoedas, que existia uma demanda exatamente por isso", afirmou.

Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello lembrou que o PIX vai oferecer aos brasileiros uma "alternativa de pagamentos rápida, instantânea e conveniente, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por semana". "Os usuários vão poder fazer todo tipo de pagamento, transferências entre pessoas, pagar estabelecimentos comerciais, pagar contas de concessionárias de serviços públicos, pagar taxas do governo. Oferecendo um sistema rápido, seguro, fácil e barato, o PIX promoverá a eletronização e a digitalização", afirmou Mello.

Ele lembrou ainda que o PIX continuará sendo atualizado com o tempo para trazer novas funcionalidades para os seus usuários e será gratuito para os consumidores. A expectativa do BC também é que as empresas que vão operar esse sistema de pagamentos instantâneos cobrem taxas pequenas, possivelmente mais baratas que as dos cartões de débito e crédito, dos agentes que vão receber esses pagamentos.

Saiba Mais

Além disso, o PIX vai oferecer aos lojistas uma opção menos custosa de manejar o seu numerário. É que o projeto vai criar um sistema de cashback que permitirá aos brasileiros fazer saques no varejo. "É uma medida muito importante, que chamamos de cashback em alguns países, de fazer uma compra com o meio digital e receber de volta um troco em dinheiro em espécie", lembrou Roberto Campos Neto. Ele acredita que a medida vai reduzir os custos dos comerciantes com a segurança e o transporte do dinheiro em espécie e ainda facilitar a vida dos consumidores na hora de fazer um saque em espécie, sobretudo dos consumidores e cidades do interior que não contam com um banco por perto.

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