O crescimento de 13,9% nas vendas do varejo em maio, apontado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), animou o mercado financeiro. O Índice Bovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou com alta de 2,05%, aos 99.769 pontos, depois de oscilar bastante durante o dia, ensaiando romper o teto de 100 mil pontos.
Analistas previam aumento das vendas, mas em patamar menor, entre 5% e 6%. “Os dados vieram acima das expectativas e contribuíram positivamente para alta da B3, porque a interpretação dos operadores foi de que o pior já passou e esse clima de otimismo pode continuar no pregão de hoje”, avaliou Gustavo Legati, analista da Necton Investimentos. Como o feriado de 9 de julho em São Paulo foi antecipado, a Bolsa vai funcionar normalmente.
As ações da Braskem, da própria B3 e da Natura lideraram as altas, com valorização de 6,51%, 6,09% e de 6,04%, respectivamente. CVC Brasil, Marfrig e IRB Brasil tiveram as maiores quedas no dia, de 6,07%, 2,28% e 2%. Legati lembrou que as ações dos bancos, que têm grande peso no IBovespa, também tiveram altas ontem, apesar de não figurarem entre os papéis de maior variação. Na véspera, esses ativos haviam caído, reagindo às declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que defendeu o fim da cobrança dos juros no cheque especial e no cartão de crédito. “Houve uma reação negativa, mas como não houve avanço na proposta para aprovação, então, os papéis das instituições financeiras acabaram se recuperando”, afirmou.
As bolsas dos Estados Unidos também operaram no azul, puxadas pelas ações das empresas de tecnologia, e esse otimismo também acabou se refletindo na B3. Em Nova York, o Índice Nasdaq subiu 1,44% e o Dow Jones avançou 0,68%. O dólar também oscilou durante o dia entre altas e baixas, mas encerrou com queda de 0,63%, cotado a R$ 5,349.
Bolsonaro
De acordo com operadores, o anúncio do presidente Jair Bolsonaro ter confirmado que testou positivo para a covid-19, deixou o mercado preocupado, especialmente, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem idade mais avançada que o chefe do Executivo. Apesar de ter testado negativo em exame realizado na semana passada, a assessoria da pasta informou que Guedes não tem apresentado sintomas da covid-19 e fará novo teste “nos próximos dias”. O fato de Guedes estar bem, pelo menos bem por enquanto, também deixou o mercado mais tranquilo.
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