A crise causada pela pandemia do novo coronavírus fez com que meio milhão de empresas fechassem as portas no Brasil em apenas 15 dias. E a maior parte era de setores que mais contribuem com o mercado de trabalho e com a atividade econômica, o que reforça o entendimento de que a retomada vai ocorrer de forma lenta e desigual.
Os dados foram apresentados, ontem, em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo o estudo, o Brasil contava com 4 milhões de empresas no início de junho. Boa parte — 716,4 mil — havia encerrado em definitivo as atividades. Outras 610,3 mil estavam fechadas temporariamente nos primeiros 15 dias do mês. Dessas, 1,3 milhão de empresas tomaram a decisão devido ao coronavírus: 522,7 mil ao todo.
As mais atingidasforam as empresas de pequeno porte, que respondem por 52% dos empregos formais, e as do setor de comércio e serviços, que representam 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Das 522,7 mil empresas que fecharam, 518,4 mil eram de pequeno porte e 477,5 mil do setor de comércio e serviços.
“O pequeno negócio não tem capital de giro próprio nem muitas garantias para obter crédito. Vende hoje para pagar amanhã. Se para de vender, tem um enorme problema. Por isso, foi o mais atingido pelo isolamento social", explicou o presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais, Ercilio Santinoni.
“Os dados sinalizam que a covid-19 impactou mais fortemente segmentos que, para a realização de suas atividades, não podem prescindir do contato pessoal, têm baixa produtividade e são intensivos em trabalho, como os serviços prestados às famílias, onde se incluem bares e restaurantes, e serviços de hospedagem”, acrescentou o coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas do IBGE, Alessandro Pinheiro. (MB)
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