Economia

Avanço em vacinas faz Bolsa subir

Correio Braziliense
postado em 21/07/2020 04:05
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) começou a semana em alta, embalada, sobretudo, pelos avanços das pesquisas sobre vacinas contra o novo coronavírus, O mercado também reagiu favoravelmente à oferta de compra da parte móvel da Oi pelas teles concorrentes e pela expectativa de 30 a 40 novos processos de abertura de capital nos próximos meses. O Ibovespa, principal índice da B3 avançou 1,49%, ontem, e chegou aos 104.426 pontos. O dólar recuou 0,72%, para R$ 5,342.

Os papéis da Via Varejo subiram mais de 7%, depois que a empresa divulgou crescimento de vendas, no Twitter, com volumes muito acima do esperado pelos investidores, em pleno dia de vencimento de opções. As publicações foram apagadas horas depois, porque configuram manipulação do mercado, o que é crime. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve entrar com processo e não será o primeiro contra a empresa: outros dois já foram abertos neste ano.

Suspensas no primeiro semestre por conta da pandemia, as ofertas públicas de ações (IPO, na sigla em inglês) devem ser retomadas neste semestre. A expectativa é que os lançamentos movimentem entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões até o fim do ano. A CVM tem 21 pedidos de IPO sob análise.

Segundo Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, as notícias promissoras sobre vacinas e a possibilidade de a União Europeia aprovar pacote de ajuda de 150 bilhões de euros aos países do bloco mais afetados pela pandemia foram os sinais positivos do cenário externo. “No mercado doméstico, a retomada do debate sobre as reformas, como a tributária, e a expectativa pelos IPOs têm feito o mercado manter a alta. Apenas em julho, a Bolsa acumula ganho de quase 10% (9,86%)”, disse.






Seis perguntas para

Claúdia Prates, diretora-geral do Escritório Regional das Américas do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics, aprovou um financiamento de US$ 1 bilhão para o Brasil. O crédito vai ajudar o governo federal a bancar as próximas parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 e virá com mais US$ 4 bilhões obtidos junto a organismos internacionais para reforçar as políticas de assistência social e emprego na pandemia do novo coronavírus.

Por que esse financiamento de US$ 1 bilhão é inédito?
O NDB é focado em infraestrutura. Mas dado os efeitos da pandemia, (o banco) aprovou uma linha emergencial de US$ 10 bilhões para os seus cinco países membros, sendo US$ 1 bilhão para saúde e proteção social; e US$ 1 bilhão para a recuperação da economia, numa segunda fase. Antes disso, o maior projeto do Brasil havia sido de US$ 500 milhões.

O financiamento já havia sido aprovado para outros Brics. Como foi a negociação com o Brasil?
O projeto emergencial da China foi em saúde; o da Índia foi um mix entre saúde e proteção social; e o da África do Sul, também. O Brasil escolheu aportar em proteção social porque já tinha um orçamento de saúde robusto.

O que ainda precisa ser feito para liberar o crédito?
A partir da aprovação do banco, parte para a aprovação do Senado, a assinatura do contrato e a liberação do recurso. Então, depende do Congresso agora.

O Brasil já está negociando o crédito de US$ 1 bilhão disponível para a retomada econômica?
Começamos essa discussão há pouco tempo, já que acabamos de fechar a primeira fase. Mas estamos vendo como podemos apoiar essa retomada. Um fator importante seriam as pequenas e médias empresas. Avaliamos fazer um empréstimo para um aporte em um fundo de garantia para essas empresas, mas o governo que escolhe o projeto que acha que pode agregar melhor à sua retomada.

Há mais projetos do Brasil no NDB?
A gente espera aprovar mais sete projetos este ano, totalizando cerca de US$ 2 bilhões. É o projeto emergencial e o restante de infraestrutura, da carteira que o banco já vinha negociando com os governos para incrementar a infraestrutura do país. Há, por exemplo, um projeto de saneamento com a Sabesp e um projeto de mobilidade urbana em Curitiba, todos com garantia soberana.

Marcos Troyjo assumiu recentemente a presidência do NDB. Isso deve dar contribuir com o crescimento dos financiamentos brasileiros?
Parte da recuperação econômica virá pela infraestrutura e o banco está preparado para financiar isso. Já temos uma carteira sendo construída ao longo do tempo, tanto que a carteira do Brasil já está em 13% e vai crescer mais este ano. (MB)




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