Correio Braziliense
postado em 21/07/2020 04:05
A oferta conjunta das empresas Claro, Tim e Vivo pela operação móvel da Oi, avaliada entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, fez as ações das companhias se valorizaram ontem. Os papéis da Oi, que estão em recuperação judicial, fecharam com alta de 9% na Bolsa de Valores de São Paulo, enquanto os da Tim e da Vivo subiram em torno dos 6%. Essa não é a única oferta pela Oi. A Algar corre por fora para ampliar sua participação no mercado de telefonia móvel, o que pode ter motivado o bote em conjunto de Claro, Tim e Vivo, segundo os especialistas.
Em nota, a Oi reconhece que recebeu mais de uma proposta vinculante para aquisição de suas operações móveis. “A companhia informa que uma das propostas recebida foi a oferta vinculante conjunta proposta por Claro, Tim e Vivo, divulgada publicamente por estas empresas. E acrescenta que, por motivos de confidencialidade e interesse comercial, não pretende fornecer detalhes adicionais sobre as propostas ou proponentes, até o encerramento do processo competitivo já divulgado.”
A Oi esclareceu que a alienação do ativo será por meio da formação de UPI (unidade produtiva independente) em processo competitivo perante o juízo da Recuperação Judicial (RJ) e após aprovação em assembleia geral pelos credores. Ou seja, a operação precisa de homologação e “seguirá os ritos regulatórios e judiciais previstos no processo de RJ da companhia”.
A operadora deixou claro que sua estratégia é se tornar a maior provedora de infraestrutura de telecomunicações do país, a partir da massificação da fibra ótica e internet de alta velocidade, do provimento de soluções para empresas e da preparação para a evolução para o 5G. Isso está determinado no plano estratégico. “As operações de negociação em curso não têm impacto para os clientes da companhia, que mantém sua prestação de serviços normalmente, seguindo os padrões de qualidade e regulamentação exigida pela Anatel”, garantiu a empresa.
Rafael Pistono, do CTA Advogados, explicou que as três teles se uniram para facilitar a concorrência. “Como elas entram juntas, afastam a possibilidade de entrada da Algar, que estava de olho, com um fundo de Nova York e outro de Singapura por trás. Seria mais um player importante”, avaliou. Ao se unirem, segundo Pistono, não vão brigar por preço e provavelmente vão oferecer algo próximo do valor mínimo, de R$ 15 bilhões. “Seria importante, para o mercado não ficar muito concentrado, que a Algar se firmasse como grande”, avaliou.
A Oi segmentou seus ativos e colocou todos no mercado. Divulgou proposta da Highline para comprar suas torres, por R$ 1,08 bilhão. Também colocou à venda os data centers, reunidos em um terceiro pacote, que, segundo Pistono, valem R$ 350 milhões. Além disso, reuniu a rede de fibra ótica em uma nova empresa, batizada de InfraCo, e quer vender de 25% a 51% das ações, por até R$ 6,5 bilhões. “A empresa pode deixar de ser prestadora, mas trabalhar a infraestrutura para as demais. Compartilhamento é a palavra-chave”, explicou o especialista.
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