Correio Braziliense
postado em 21/07/2020 18:06
O consumo total de gás natural no Brasil registrou retração de 25,4% em maio na comparação com o mesmo período do ano anterior. O volume caiu de 54,4 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) no mês em 2019 para 40,6 milhões de m³/dia em 2020. Segmento que usa gás mais intensivamente, o mercado industrial registrou queda de 24% em relação a maio de 2019.
O comércio foi o que sofreu o maior impacto na demanda, com recuo de 63,9% em maio relação ao mesmo mês do ano anterior. O segmento residencial, por outro lado, teve crescimento de 26,8% no confronto de 12 meses. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (21/7) pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
Apesar da queda sem paralelo desde 2005, quando a entidade começou a fazer o levantamento, em relação ao mês imediatamente anterior, abril, os números mostram uma pequena reação. No setor industrial e de Gás Natural Veicular (GNV) tiveram altas de 12,8% e 8,1%, respectivamente. O comércio, porém, continuou duramente afetado, caindo 36,5% em maio ante abril.
Segundo Marcelo Mendonça, diretor de Estratégia e Mercado da Abegás, os desempenhos de junho e julho já mostram recuperação. No entanto, o setor está preocupado com a inadimplência e está em tratativas com o Ministério de Minas e Energia (MME) para conseguir uma ajuda, a exemplo do que o governo fez com relação o setor elétrico. “Nós conseguimos um diferimento das faturas com a Petrobras até o mês de julho. A partir de agora, vamos pagar a fatura cheia mais um terço do diferimento. A gente precisa ter o mesmo amparo para o gás que teve o setor elétrico”, sustentou.
Novo mercado
Sobre o novo mercado do gás defendido pelo governo defende para acabar com o monopólio da Petrobras, Mendonça afirmou que a expectativa é anterior a esse momento de pandemia. No entanto, a Abegás discorda das condições que foram colocadas na mesa. “Vamos precisar dar maior celeridade para alavancar a recuperação econômica, mas é preciso repensar os conceitos sobre as condições de abertura de mercado que estavam sendo colocadas”, ressaltou.
Saiba Mais
Em maio, foram produzidos 114,3 milhões de m³/dia. Dos quais, 49,2 milhões de m³/dia foram injetados e 48,6 milhões ficaram disponíveis, tirando o que foi queimado e o consumo interno interno da petroleira. “Temos que aumentar a oferta para evoluir a demanda, que está reprimida. Nesse ponto, o atual projeto não ajuda”, disse. “Se continuar a reinjetar não simplesmente por condições técnicas, mas por condições comerciais, quem perde é o Brasil, que deixa de arrecadar royalties e impostos”, acrescentou.
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