Correio Braziliense
postado em 22/07/2020 21:37
Em meio a novas discussões sobre a reforma tributária e resultados positivos de testes de vacinas contra covid-19, o real foi a moeda que mais se valorizou frente ao dólar nesta quarta-feira (22/7) e também no dia anterior. Nesta quarta-feira, o dólar comercial caiu 1,86% sendo vendido a R$ 5,11. A valorização é uma junção de vários fatores, como o retorno dos investidores que, em meio ao pânico da crise, viram o dólar como "porto seguro".Além disso, a apresentação da reforma tributária ao Congresso Nacional, feita pessoalmente pelo ministro da Economia Paulo Guedes ajuda a levar ao mercado uma imagem de "disciplina fiscal" por parte do governo. Isso gera uma espécie de reentrada de dinheiro. É o que explica Renan Silva, economista da Bluemetrix Asset. Para ele, a leitura é de que a reforma poderá melhorar o país em renda e emprego, gerando influência positiva no PIB.
Saiba Mais
Renan também destaca que o momento de juros baixos também influenciam o momento da moeda brasileira. Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 2,25% após a última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). A previsão do BC é de 2% ao fim do ano. Os juros num patamar muito baixo e a renda variável e mais atrativa geram positividade. "Outro fator é o resultado do Banco Central com operações de câmbio, que foi muito expressivo e pode ser transferido para o tesouro nacional. Será importante nos gastos com covid-19", explica.
Os resultados de vacinas que agora estão sendo testadas no Brasil também trazem respostas positivas, segundo o economista. "É um ponto de inflexão. Existia uma estimativa de conseguir uma vacina em tempo recorde com as novas tecnologias e de fato isso está acontecendo. Laboratórios modernos conseguem fazer análises mais rapidamente", comenta.
Silva explica, ainda, que é comum que o dólar se valorize em tempos de crise, como aconteceu no início da pandemia. Isso, segundo ele, ocorre porque os agentes recorrem ao dólar como uma espécie de garantia. "Há uma sobrevalorização relacionada a esse pânico. À medida que o pânico acaba, isso vai sendo desmontado porque esse movimento não era investimento, era questão de segurança. Ontem a Comunidade Europeia estava discutindo novo pacote de estímulo à economia. Isso também é positivo. Então não é uma questão de desgaste de moeda, do dólar. Mas sim de um desmonte dessas posições de segurança", completou.
*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.