Considerado uma prévia da inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acelerou para 0,3% no início deste mês. A alta reflete os últimos reajustes da gasolina.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gasolina subiu 4,47% nos primeiros 15 dias de julho, após quatro meses consecutivos de quedas. E essa alta também foi registrada nos demais combustíveis. O.etanol, por exemplo, subiu 4,92%; o óleo diesel, 2,50%; e o gás veicular; 0,01%. E isso puxou para cima a inflação brasileira, que vinha em baixa desde março por conta da crise do novo coronavírus.
Os transportes, contudo, não foram os únicos responsáveis pelo aumento do nível geral de preços. De acordo com o IPCA-15, as despesas com habitação também subiram 0,5% no início de julho por conta do reajuste da energia elétrica (1,03%) de algumas regiões metropolitanas e da taxa de água e esgoto (0,13%), que subiu 2,77% só em Brasília devido à mudança de estrutura tarifária implementada em 1º de junho.
Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas, que vinha sendo o vilão da inflação durante a pandemia do novo coronavírus, deu um alívio ao bolso dos brasileiros. O grupo variou -0,13% no IPCA-15 de julho, após quatro meses consecutivos de altas, devido à queda de 0,2% da alimentação no domicílio. Isso porque, apesar de produtos como o leite longa vida (3,61%), o arroz (2,58%) e as carnes (2,20%) continuarem em alta, ficou mais barato comprar tomate (-22,75%), batata-inglesa (-20,70%), cenoura (-18,60%), cebola (-7,09%), frango inteiro (-1,22%) e ovo de galinha (-1,82%).
A alimentação fora do domicílio também desacelerou em relação a junho, passando de 0,26% para 0,03%, em meio à reabertura gradual dos bares e restaurantes. O movimento reflete os preços dos lanches, suja inflação passou de 0,82% para 0,20%.
Acumulado
A variação de 0,3% em julho é maior que os -0,01%, -0,59% e 0,02% observados nos últimos meses no IPCA-15. E também que o 0,09% registrado no mesmo período do ano passado. Por isso, com esse resultado, o IPCA-15 passou a acumular alta de 0,67% no ano e de 2,13% nos últimos 12 meses, acima dos 1,92% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
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