Economia

Brasil tem 11,5 milhões de desocupados, segundo levantamento da Pnad

A pesquisa aponta, ainda, que cerca de 19,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho na semana por causa da pandemia

Correio Braziliense
postado em 24/07/2020 11:26

Pessoas em uma fila levantando a carteira de trabalho A quantidade de pessoas desocupadas, no país, caiu para 11,5 milhões, na semana de 28 de junho a 4 de julho, em relação à semana anterior (12,4 milhões), mas cresceu em relação à semana de 3 a 9 de maio (9,8 milhões). Com isso, a taxa de desocupação ficou em 12,3% para o período de 28 de junho e 4 de julho, estável em relação à semana anterior (13,1%) e com alta frente à primeira semana de maio (10,5%). Os dados são da A Pnad Covid-19, uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O número de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social manteve a trajetória de queda, desde o início do processo de flexibilização: caiu de 8,3 milhões (10,1% dos ocupados) entre 28 de junho e 4 de julho, enquanto na semana anterior eram 10,3 milhões. A população ocupada que não foi afastada trabalho aumentou de 69,2 milhões para 71 milhões. Nesse grupo, 8,9 milhões (12,5%), em trabalho remoto.

 

“Enquanto a população ocupada e afastada por diversas causas, inclusive distanciamento social, diminuiu em cerca de 2,5 milhões de pessoas, os ocupados e não afastados aumentaram em 1,8 milhão, uma diferença de cerca de 700 mil”, explica a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira. Segundo ela, uma parte dos ocupados retornou ao trabalho e outra parcela foi para fora da força, ou seja, não voltou a trabalhar, nem procurou trabalho.

 

A população fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurava por trabalho) subiu de 75,1 milhões para 76,8 milhões de pessoas. Desse grupo, 28,7 milhões (37,4%) disseram que gostariam de trabalhar, mais do que os 26,9 milhões (35,4%) da semana anterior. “Essa queda no número de pessoas desocupadas está mais associada à saída dessas pessoas da força de trabalho do que pela entrada na população ocupada. São pessoas que, naquela semana, não procuraram trabalho por algum motivo”, analisa Maria Lucia.

 

A pesquisa aponta, ainda, que cerca de 19,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho na semana por causa da pandemia ou porque não encontraram ocupação no local em que moravam. Esse contingente, que corresponde a 67,4% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar, foi maior do que na semana anterior, quando eram 17,8 milhões (66,2%).

 

Sintomas

Número de pessoas com sintomas de síndrome gripal cai de 15,4 milhões para 14,3 milhões, en 28 de junho e 4 de julho. Elas apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal(febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular), o que indica uma queda em relação à semana anterior (15,4 milhões) e à primeira semana da pesquisa, em maio (26,8 milhões).

 

De acordo com o IBGE, os sintomas que apresentaram queda foram a tosse (de 4,9 para 4,3 milhões), a dificuldade de respirar(de 1,9 para 1,6 milhão) e a dor de cabeça (de 7,2 para 6,6 milhões). Entre as pessoas com sintomas, 3,1 milhões procuraram atendimento em algum estabelecimento de saúde, mantendo estabilidade em relação à semana anterior. Os ambulatórios e consultórios privados ou ligados às forças armadas atenderam 311 mil pessoas com sintomas, com proporção estável, porém menor em números absolutos em relação à semana anterior (322 mil) e à primeira semana de maio (320 mil).

 

Cerca de 933 mil pessoas procuraram atendimento em hospital, público, particular ou ligado às forças armadas na semana entre 28 de junho e 4 de julho. Esse contingente ficou estatisticamente estável em relação à semana anterior (982 mil) e frente à semana de 3 a 9 de maio (1,1 milhão). Entre os que procuraram atendimento, 136 mil (14,6%) foram internados. Nesse caso, também houve estabilidade frente à semana anterior (119 mil ou 12,2%) e a semana de 3 a 9 de maio (97 mil ou 9,1%).

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