Economia

Bolsas de NY fecham em baixa, com incerteza de retomada e tensão EUA/China

Correio Braziliense
postado em 24/07/2020 18:04
As bolsas de Nova York fecharam o pregão desta sexta-feira, 24, em baixa e registraram perdas na semana, em meio à incerteza sobre a recuperação econômica dos Estados Unidos, ao aumento na tensão entre Washington e Pequim e a uma pressão sobre ações do setor de tecnologia. O Dow Jones recuou 0,68%, a 26.469,89 pontos, o S&P 500 cedeu 0,62%, a 3.215,63 pontos, e o Nasdaq caiu 0,94%, a 10.363,18 pontos. Na comparação semanal, os índices acionários registraram quedas de 0,76%, 0,28% e 1,33%, respectivamente. "A cautela está no ar", afirmaram analistas da corretora americana LPL Financial, ao comentarem a decisão da China de fechar o consulado dos EUA na cidade de Chengdu. A retaliação vem após o governo americano ordenar o encerramento das atividades diplomáticas no consulado chinês em Houston, no Texas. A tensão entre os dois países vem crescendo nos últimos meses, e ontem o presidente americano, Donald Trump, minimizou a importância do acordo comercial assinado no dia 15 de janeiro. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, por sua vez, criticou o líder da China, Xi Jinping, e disse que ele acredita em uma "ideologia totalitária falida". No S&P 500, o subíndice de tecnologia liderou as perdas (-1,19%), com ações do setor pressionadas. Os papéis da Intel, cujo guidance para o terceiro trimestre não agradou ao mercado, caíram 16,24%. Apple recuou 0,25%, Facebook cedeu 0,81%, mas Amazon conseguiu subir 0,75%. Hoje, a Câmara dos Representantes anunciou que adiará uma audiência que seria realizada na segunda-feira, 27, sobre uma investigação antitrute contra as gigantes tecnológicas. Entre outras empresas que divulgaram balanço, Verizon subiu 1,79% e American Express caiu 1,39%. A Boeing, que adiará a produção de todas as aeronaves 777X, segundo a Reuters, cedeu 1,52%. "É difícil para nós prever um rali significativo das ações antes do final de semana, dado o aumento do risco principal associado à pandemia e à progressão em direção a outro pacote de estímulo fiscal", escreveu no começo do pregão o analista Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, em referência a outras fatores que impediram avanços nas bolsas de Nova York nesta semana. Divulgado hoje, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA subiu de 47,9 em junho para 50,0 em julho, mas ficou abaixo da expectativa do mercado. As vendas de moradias novas, porém, subiram 13,8% em junho, na comparação com maio. Para o economista-chefe do MUFG Union Bank, Chris Hupkey, o dado de moradias foi positivo, mas o impulso não deve durar. "A economia sofre um impacto com a segunda onda da pandemia de coronavírus nos Estados do sul e do oeste e os gastos com estímulos fiscais de Washington parecem menos prováveis no momento", afirma. As autoridades americanas negociam um novo pacote fiscal, mas há divergências e a apresentação do projeto foi adiada para a semana que vem. Enquanto isso, os EUA atingiram hoje a marca de 4 milhões de infectados pela covid-19.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags