Correio Braziliense
postado em 25/07/2020 04:13
O acesso ao microcrédito deve ser mais acessível ao produtor rural do Distrito Federal. É o que defende Sandra Vitoriano, presidente do Sindicato de Floricultores, Fruticultores e Horticultores do Distrito Federal (Sindifhort). Em entrevista ao CB.Poder — programa realizado em parceria pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília —, ontem, ela afirmou que a dificuldade de obtenção de crédito, aliada à falta de titulação de terras, é um dos principais problemas do segmento no DF.
“O microcrédito tem que ser mais acessível. Não temos a titularização das propriedades. O banco sempre pede uma garantia. O produtor planta na terra que não é dele. É uma posse do governo, que dá autorização para plantar, mas não dá a titularidade. Isso tem bloqueado o crédito”, afirmou.
Sandra diz que cuidar do meio ambiente é essencial, mas ressalta que isso só pode ser feito com eficiência se os produtores forem donos das terras. “Não tem ninguém que cuide melhor da terra do que o produtor rural. É dali que ele tira o sustento da família. Mas o produtor tem que ter a titularização. A partir do momento que é seu, você cuida melhor”, disse.
Pandemia
Segundo Sandra Vitoriano, o setor de folhas e flores foi o mais afetado pelo cancelamento de grandes eventos, devido à pandemia de covid-19, e precisou jogar parte de sua produção no lixo. O fechamento de bares e restaurantes deixou a situação ainda mais delicada. Mas a reabertura de feiras no DF, avaliou, ajudou a recuperar o escoamento dos produtores.
Outro problema foi o fechamento de escolas públicas. Mas o acordo do GDF para distribuição de cestas básicas nas residências dos estudantes, em substituição à merenda escolar, foi acertado, na sua visão. “Só no mês de julho, entregamos 160 mil toneladas na rede pública.
Com a pandemia, os consumidores ficaram mais exigentes com a qualidade dos alimentos. Isso pôde ser visto, principalmente, nas exportações para outros países. “A saúde está em primeiro lugar. Nós produzimos com responsabilidade, sem agrotóxicos, não temos esses produtos pesados. Somos acompanhados por grandes técnicos e profissionais. O produtor planta com responsabilidade, porque ele sabe que aquilo também alimenta sua família”, disse.
Primeira mulher a presidir o Sindifhort, Sandra destacou, ainda, a presença feminina no campo e o interesse cada vez maior de jovens pela produção agrícola.
“Temos muitas pessoas novas no campo. É uma geração muito ativa, está no campo com um novo gás. Os que foram para a cidade estudar e arrumar emprego já retornaram para a propriedade dos pais. Então, eu vejo essa associação muito bem-aceita por jovens. É onde temos que entrar agora e ensinar como cuidar da terra, esse tem que ser nosso papel como representante da classe”, comentou.
*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo
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