Correio Braziliense
postado em 27/07/2020 04:15
Onde estão os empregos
Por mais que o fim da quarentena e a reabertura dos negócios, em diversos estados brasileiros, deem um bom impulso à atividade econômica, os níveis de emprego vão demorar para se recuperar. O caminho é longo para que as empresas voltem a contratar. Na verdade, é provável que os níveis de emprego piorem antes de começar a melhorar. A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrou que o desemprego no país aumentou de 10,7% em maio para 12,4% em junho. Especialistas acreditam que o indicador continuará acelerando em julho, até encontrar alguma estabilidade antes do final do ano. A boa notícia é que, a despeito da difícil conjuntura, algumas empresas abriram programas de contratação. No aplicativo 99, são 30 vagas em diversas cidades brasileiras. A startup de logística Loggi procura 48 profissionais, enquanto a gigante de tecnologia Apple tem 12 posições abertas. Todas elas procuram colaboradores para início imediato.
"O agronegócio brasileiro precisa buscar uma diversificação de produtos e destinos. Não podemos ser tão dependentes do mercado chinês”
Marcos Jank, pesquisador e professor de agronegócio do Insper
Vagas abertas para qualquer lugar do mundo
A Boa Vista, empresa de análise de crédito, abriu 67 vagas. A novidade é que os interessados podem morar em qualquer lugar do mundo. Com o home office, a empresa percebeu que tanto faz o país em que o funcionário vive. Uma das 92 pessoas contratadas durante a pandemia dá expediente em Portugal na área de marketing. Segundo a Boa Vista, a política de contratações faz parte do projeto de transformação digital. A Boa Vista é o primeiro bureau de crédito a ter 100% de suas informações na nuvem.
Empresas de calçados demitiram 28,4 mil
O setor calçadista perdeu 28,4 mil postos de trabalho durante a pandemia e 70% das empresas tiveram que fazer ajustes de pessoal nos últimos meses, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Apesar da reabertura de lojas e do bom desempenho do comércio eletrônico, dificilmente as vagas serão repostas em 2020. A situação é mais difícil para as pequenas empresas, que não tiveram fôlego financeiro para atravessar a crise.
Táxi-aéreo decola com agronegócio
A suspensão de voos para várias localidades deixou o agronegócio desassistido. Antes da pandemia, as companhias aéreas realizavam 14,7 mil voos semanais regulares para 106 cidades. No mês passado, foram 1,2 mil para 46 municípios. Grandes centros produtores brasileiros, como as cidades de Sinop e Sorriso (ambas no Mato Grosso), ficaram sem opções de voos. Para contornar o problema, os agricultores recorreram ao táxi-aéreo. A empresa Flapper viu a demanda crescer 12% nos últimos meses.
35%
é quanto vão crescer as vendas de cosméticos no segundo semestre na comparação com o primeiro, segundo projeção feita pela consultoria Mckinsey. O setor confia em uma rápida recuperação.
Rapidinhas
» A empresa americana de software Alteryx encomendou um estudo ao IDC para entender como companhias da América Latina pretendem usar a ciência de dados no pós-pandemia. Segundo o estudo, as organizações estão acelerando projetos de transformação digital e priorizando investimentos em inteligência artificial e aprendizado de máquinas.
» A pesquisa da Alteryx mostrou que 53% das companhias investirão na automatização de processos e 75% deverão se concentrar na gestão digital da força de trabalho. O estudo também traz uma radiografia da crise: 75% das empresas na América Latina esperam uma queda de até 20% das receitas em 2020.
» O mercado de luxo, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos anos, sofrerá mais em 2020. Estima-se que o faturamento do setor caia até 35% no ano, de acordo com projeção feita pela consultoria Bain & Company. Os primeiros indícios preocupam. Na China, maior mercado de itens de luxo do mundo, as vendas caíram quase 50% no primeiro semestre.
» A empresa de logística VLI, uma gigante com receitas anuais de aproximadamente R$ 6 bilhões, passou a integrar o movimento “Equidade é Prioridade”, criado pela ONU para aumentar a presença feminina nas grandes corporações. A meta é ter 30% de mulheres em cargos de chefia até 2025. O índice atual na VLI é de 16%.
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