Correio Braziliense
postado em 28/07/2020 22:05
O presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei que concedia o pagamento da cota dupla do auxÃlio emergencial - ou seja, R$ 1.200 - a pais solteiros independentemente do gênero e priorizava as mães em caso de ambos solicitarem o benefÃcio.
A justificativa foi a ausência de impacto orçamentário e financeiro para implementar a ampliação do benefÃcio. Mesmo assim, numa espécie de "vacina" devido ao veto a um projeto que teve amplo apoio no Congresso, o governo ressaltou que a decisão final caberá aos parlamentares, que podem derrubar a decisão do presidente e restabelecer a medida.
Num momento em que Bolsonaro busca um caminho mais conciliador junto ao Congresso Nacional, o comunicado divulgado pela Secretaria-Geral da Presidência da República para justificar o veto ressalta que não se trata de "um ato de confronto".
"Cabe destacar que o veto presidencial não representa um ato de confronto do Poder Executivo ao Poder Legislativo. Caso o presidente da República considere um projeto, no todo ou em parte, inconstitucional, deverá aplicar o veto jurÃdico para evitar uma possÃvel acusação de crime de responsabilidade. Por outro lado, caso o presidente da República considere a proposta, ou parte dela, contrária ao interesse público, poderá aplicar o veto polÃtico. Entretanto, a decisão final sobre esses vetos cabe ao Parlamento", diz a nota.
Hoje, apenas mães solteiras têm direito ao pagamento em dobro do benefÃcio, criado para socorrer trabalhadores informais e desempregados durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavÃrus.
Segundo a Secretaria-Geral, a razão do veto é a ausência de cálculos sobre o impacto no Orçamento. O governo já destinou R$ 254,4 bilhões para o pagamento do auxÃlio emergencial de R$ 600, num total de cinco parcelas. A sanção do projeto poderia elevar ainda mais o gasto.
"Em que pese a boa intenção da proposta, não há estimativa do impacto orçamentário e financeiro dessa proposição, o que impede juridicamente a sua aprovação", diz o comunicado.
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