Correio Braziliense
postado em 30/07/2020 04:05
Os gigantes da tecnologia foram alvo de críticas e elogios no Congresso norte-americano. Tim Cook da Apple; Jeff Bezos, da Amazon; Mark Zuckerberg, do Facebook, e Sundar Pichai, do Google, testemunham remotamente ao subcomitê judicial da Câmara dos Deputados, que investiga se suas empresas violam leis antitruste. Ao abrir a audiência sem precedentes com os CEOs dos gigantes da tecnologia, o presidente da comissão antitruste do Congresso dos EUA, David Cicilline, afirmou que essas empresas sairão da pandemia do coronavírus ainda mais fortes. “Simplificando, eles têm muito poder”, disse Cicilline. “Esse poder impede novas formas de competição, criatividade e inovação”, acrescentou o representante democrata de Rhode Island. “As plataformas dominantes exerceram seu poder de uma maneira destrutiva e prejudicial à expansão”, continuou.
“Antes da pandemia da covid-19, essas empresas já se destacavam como titãs em nossa economia”, disse. “No entanto, por causa da covid-19, é provável que fiquem mais fortes e mais poderosos do que nunca”. A audiência conjunta, sem precedentes, perante o subcomitê da Câmara ocorre em meio à preocupação crescente pelo domínio dessas “Big Tech” e a uma investigação sobre a concorrência no marco de lei antimonopólio.
Tim Cook foi instado a explicar o poder de mercado da App Store da Apple e seu tratamento aos desenvolvedores. “Tratamos todos os desenvolvedores de aplicativos da mesma maneira”, disse Cook. “Não retaliamos nem intimidamos as pessoas”. Cook descreveu a Apple como “uma empresa exclusivamente americana cujo sucesso só é possível” naquele país, cuja missão é “fornecer coisas que enriquecem a vida das pessoas”.
Bezos defendeu a forma como a Amazon lida com os vendedores externos. Frequentemente a empresa é criticada pela maneira como negocia com pequenos fornecedores. Ao responder a Cicilline, o executivo disse: “Existem muitas opções para pequenas empresas. Acho que somos a melhor delas”. Bezos lembrou, ainda, suas origens humildes, bem como a perda de bilhões de dólares nos primeiros anos da Amazon. “Eu fui de um emprego permanente para uma garagem em Seattle para fundar minha startup, entendendo perfeitamente que ela podia não dar certo”, disse Bezos, o homem mais rico do mundo.
Zuckerberg chamou o Facebook de “empresa orgulhosamente americana”, acrescentando que a história do colosso da mídia social “não seria possível sem as leis dos Estados Unidos que incentivam a concorrência e a inovação”.
As leis antimonopólio dos EUA dificultam que os reguladores tomem medidas contra as empresas simplesmente porque são grandes ou dominantes se não puderem demonstrar que prejudicam os consumidores ou abusam de seu poder de mercado. O subcomitê judicial, no entanto, avalia se é o caso de estabelecer um modelo antimonopólio para a era digital.
"Eles têm muito poder. Esse poder impede novas formas de competição, criatividade e inovação”
David Cicilline, presidente da comissão antitruste do Congresso dos EUA
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