Economia

Rede privada de saúde abriu 13 mil novos postos de trabalho em junho

Em meio à crise, o número de novas vagas no semestre foi de 43 mil. O número é menor do que a estimativa feita pelo CNSaúde

Correio Braziliense
postado em 30/07/2020 21:42
Carteira de trabalhoNo auge da pandemia até então, o setor de saúde abriu 13 mil novos postos de trabalho no mês de junho. Nesse período, foram admitidos 56 mil profissionais e outros 43 mil foram demitidos. Já no acumulado do semestre, o total de postos criados foi de 43 mil, sendo que 354 mil profissionais de saúde foram admitidos e 311 mil, perderam os empregos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram compilados pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e dizem respeito apenas à rede privada.

De acordo com Bruno Sobral, secretário-executivo da CNSaúde, apesar do saldo positivo, esperava-se um número muito maior de novos empregos. "Nós estávamos prevendo um número maior, 225 mil novos empregos no setor de saúde. Com a pandemia, a crise foi grande, as receitas dos hospitais e laboratórios cresceram e os custos hospitalares também. Esse é um setor muito dinâmico e não pode parar. O crescimento de vagas se deu principalmente nas unidades hospitalares e foi principalmente voltado ao combate à pandemia. Ela trouxe demanda maior por alguns profissionais e menor para outros", explicou. 

A projeção anterior, segundo ele, foi feita com base no crescimento econômico que era esperado para o país em 2020. "A gente fez a projeção de 225 mil pensando no crescimento econômico. A gente esperava um PIB crescendo no país esse ano. Mas ele vai decrescer. O setor mostrou uma resiliência, mas a gente não vai alcançar tanto potencial. A gente espera uma volta no ano que vem, quando certamente o setor estará mais aquecido", pontua.

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Para Sobral, o saldo de novos empregos é positivo, mas está sendo visto com cautela. O crescimento se deu, em sua maioria, entre os profissionais técnicos de enfermagem, enfermeiros e fisioterapeutas. "O grande crescimento foi nessas três profissões porque o cuidado de covid-19 exige fisioterapia e há, em muitos casos, um aumento de demanda. O setor privado está abrindo vagas para o tratamento hospitalar, mas a crise continua", explicou.

O secretário-executivo da CNSaúde revelou que o setor com mais baixas em empregos foi o de medicina diagnóstica, que teve redução de até 70% do movimento. As medidas do governo para manutenção de empregos, na sua avaliação, ajudaram diminuir o ritmo das demissões.

Bruno defendeu, ainda, que o treinamento de profissionais de saúde deveria seguir o modelo do que ocorre no setor de comércio, com o Sistema S. "Os profissionais que trabalham com EPIs são de formação muito especializada e a gente não tem na CONSaúde o Sistema S. A gente não tem isso para treinar enfermeiro, profissional intensivo. Se a gente tivesse o Sistema S, seria melhor. A gente precisa preparar um parque de treinamento muito maior, tanto no sistema público quanto no privado. Você tem dinheiro do Sistema S para treinar garçom, barbeiro. Não tenho nada contra, mas eu gostaria de ver esse dinheiro investido em treinar profissionais de saúde", defendeu.

*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader

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