Correio Braziliense
postado em 31/07/2020 04:05
Empresas sofrem, mas cenário não é tão ruim
Seis em cada dez empresas brasileiras perceberam os efeitos da crise do coronavírus em seus negócios, segundo a pesquisa Pulso, divulgada pelo IBGE. O número é ruim e deixará sequelas no desempenho dessas firmas e na atividade econômica do país. Mas há outro lado — surpreendente, diga-se — que precisa ser mencionado: quatro em dez companhias passaram ilesas pela crise. Trata-se de um sinal inequívoco da qualidade do ambiente corporativo do Brasil. Muitas não só resistiram à crise como saíram fortalecidas dela. Varejistas como Casas Bahia, Magazine Luiza e Renner melhoraram as suas operações digitais e encontraram novas formas de fisgar o cliente, como vender por WhatsApp. As locadoras de veículos desbravaram novos nichos, como o aluguel para períodos longos. As operadoras de saúde partiram para a telemedicina. As montadoras inventaram o delivery de carros. Não faltam exemplos. Eles mostram que, ao contrário do que dizem os pessimistas, nem tudo está perdido.
55,8 milhões
de celulares foram vendidos pela Huawei no segundo trimestre, o que a torna líder de mercado pela primeira vez na história. A fabricante chinesa superou a sul-coreana Samsung, que negociou 53,7 milhões de aparelhos
P&G fatura com produtos de higiene
A temporada de balanços revela os novos hábitos de consumo na pandemia. A americana Procter & Gamble informou que suas vendas orgânicas cresceram 6% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o bom desempenho se deve, principalmente, aos itens da área de saúde, higiene e limpeza, indispensáveis na proteção contra o vírus. Tudo indica que não se trata de uma tendência passageira. Esses produtos deverão permanecer na lista de compras dos clientes.
“Salim é teimoso. Ele fica”
Salim Mattar, secretário de Desestatização e principal responsável pelo programa de privatizações do governo Bolsonaro, anda irritado com as insinuações de que deixará a pasta. “Quanto mais falarem que ele vai sair, maior a chance de ficar”, diz um empresário muito próximo a Mattar e que se reuniu com ele há alguns dias. “O Salim é teimoso, birrento, e não abandona o barco jamais. Enquanto o trabalho de desonerar o Estado não estiver terminado, ele fica.”
Uber vai de táxi
A Uber tem feito o que pode para driblar a crise do coronavírus. Com as restrições de circulação, a empresa sofreu perdas substanciais durante a quarentena e, agora, busca caminhos para se recuperar. A nova proposta é o serviço Uber Taxi, lançado em São Paulo. Ele permite que taxistas credenciados pela prefeitura se cadastrem na plataforma e façam viagens por meio do aplicativo. Por enquanto, só serão aceitos pagamentos digitais. Se a iniciativa der certo, será levada para outras cidades.
“O cenário econômico continua difícil. Não dá fazer qualquer prognóstico. Parece que o pior momento já passou. Esperamos que já tenha passado”
Octavio de Lazari, presidente do Bradesco
Rapidinhas
» As empresas que não conseguiram aproveitar a onda do comércio eletrônico sofrerão mais na crise do coronavírus. A Starbucks é exemplo disso –– afinal, é quase impossível entregar café por delivery. As vendas globais da rede americana caíram 40% no segundo trimestre, o que gerou perdas de US$ 704 milhões.
» Apesar de as vendas on-line terem diminuído um pouco os estragos, o mercado editorial sofreu com o fechamento de lojas na quarentena. No primeiro semestre, o volume de livros vendidos no país encolheu 12% na comparação com um ano atrás, segundo dados da Nielsen BookScan e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). As receitas caíram 11%.
» A cooperativa financeira Sicredi vê com otimismo a aprovação, na Câmara dos Deputados, da MP 944, que garante um aporte adicional de R$ 12 bilhões no programa de crédito para micro e pequenas empresas. Segundo a instituição, há forte demanda das empresas associadas por novos recursos. Na primeira fase do programa, faltou dinheiro.
» A empresa de cartões Alelo e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) realizaram uma pesquisa sobre os índices de consumo no Distrito Federal. Em junho, o valor gasto em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias caiu 30% em relação ao mesmo período do ano passado. No Brasil, a queda foi de 33%.
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