Economia

Nova CPMF, só se não houver aumento de carga tributária, diz Bolsonaro

Presidente confirma ter dado aval para o ministro Paulo Guedes discutir novo imposto, desde que se observe o outro lado para ver "o que vai deixar de existir"

Correio Braziliense
postado em 02/08/2020 16:44

Bolsonaro ao lado de Paulo Guedes em pronunciamento oficialO presidente Jair Bolsonaro confirmou neste domingo (2/8) que deu aval ao ministro da Economia, Paulo Guedes, discutir a criação de uma nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no Congresso Nacional, mas desde que haja a substituição, redução ou extinção de outro imposto. O presidente garante que se o novo tributo prosperar, não haverá aumento de carga tributária.

 

“Não tem aumento de carga tributária. Você pode substituir o imposto. O que eu falei para o Paulo Guedes: ‘Você fala CPMF, né? Pode ser o imposto que você quiser. Você tem que ver para o outro lado o que vai deixar de existir. Se vai diminuir a tabela de imposto de renda, o percentual, se vai aumentar a isenção, se vai desonerar a folha de pagamento, vai vai também acabar com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)”, afirmou.

 

O presidente disse, ainda, que “se o povo achar que não deve mexer”, o governo deve deixar “como está”. As afirmações foram feitas a jornalistas em uma padaria em Brasília. O presidente saiu na manhã deste domingo (2) para um passeio de motocicleta, parou no local e depois em um posto de gasolina. As falas foram transmitidas pelo canal CNN Brasil.

 

Há alguns meses fala-se sobre uma nova CPMF, com o ministro Paulo Guedes buscando articulação para conseguir criar o imposto. No Congresso, no entanto, há resistência, a começar pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é contra a proposta.  Na última quinta-feira (30), em um seminário sobre reforma tributária promovido organizado pelo jornal Folha de S. Paulo em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Maia afirmou que se o governo enviar um projeto, ele votará contra. “Vão querer inventar um novo nome em inglês (da nova CPMF) para ficar mais bonito. O fato é que a sociedade não quer mais imposto”, disse.

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