Economia

Guedes critica quem chama novo imposto de CPMF: 'Maldade' ou 'ignorância'

O novo tributo que pretende criar para compensar a desoneração da folha que está em estudo não é uma CPMF, segundo o ministro

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que quem chama o “imposto digital” de nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) age com “maldade” ou por "ignorância". 

O novo tributo que pretende criar para compensar a desoneração da folha que está em estudo não é uma CPMF, segundo ele. “As pessoas, por maldade, ou por ignorância, falam que é nova CPMF. O tempo é senhor da razão”, disse Guedes aos parlamentares da comissão especial da reforma tributária, nesta quarta-feira (5/8). 

 

Ao ser questionado sobre o novo tributo, Guedes apenas disse que é para conversar sobre ele, “mais à frente”, porque, como pianista que é, não adianta apresentar todas as notas musicais de uma vez para que a sinfonia seja compreendida.

Contudo, o ministro defendeu a proposta do imposto novo sobre operações sobre serviços digitais, como os da Netflix, que já são tributados no país, segundo os analistas econômicos.  “A economia está mais digitalizada e não conseguimos tributar corretamente. E estamos estudando isso”, afirmou o chefe da equipe econômica.

Ele ainda disse que a tributação de serviços digitais estão em discussão na Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos países ricos, mas esqueceu de contar que nenhum país desenvolvido aplica uma tributação nos modes de uma CPMF, como ele defende.

 

Aumentar arrecadação

 

De acordo com o ministro, o objetivo do governo, com a reforma tributária, é aumentar a arrecadação, mas sem elevar a carga tributária. “Não vai ter imposto novo para aumentar alíquota e base de arrecadação, mas sempre melhorando a situação para o contribuinte”, garantiu sem detalhar qual é a estratégia. 

 

Saiba Mais

O ministro reforçou o discurso para a redução de subsídios como forma de aumentar a receita do governo e ainda voltou a defender o enxugamento da máquina pública que, segundo ele, inchou muito nos últimos anos, com aumentos de salários exorbitantes ao funcionalismo, “degenerando a política brasileira”. “Queremos uma máquina mais eficiente, servindo o povo e não se servindo dos impostos”, pontuou.

 

O chefe da equipe econômica voltou a criticar os super salários do funcionalismo, inclusive, nas estatais federais que, segundo ele, “aumentavam taxas de serviços para aumentar salários”, enquanto diminuam os serviços prestados. Nesse sentido, ele saudou os parlamentares pela aprovação do marco do saneamento porque as empresas do setor “lavaram as mãos” para os 35 milhões de brasileiros sem água.