Economia

Para Paulo Guedes, congressistas deveriam falar mais de reforma política

Durante audiência pública virtual sobre reforma tributária, ministro da Economia defendeu, inclusive, voto distrital misto

Correio Braziliense
postado em 05/08/2020 17:01
Durante audiência pública virtual sobre reforma tributária, ministro da Economia defendeu, inclusive, voto distrital mistoO ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitou a audiência pública da comissão mista da reforma tributária, realizada nesta quarta-feira (05/08),  para defender uma reforma política, inclusive, voto distrital misto, enquanto era questionado pela demora em enviar as demais reformas estruturantes prometidas quando tomou posse.

“Estamos há anos vendo o problema da reforma política aí, e todo congressista quer falar de economia. Então, eu dou uma sugestão também: falem um pouco da reforma política. Nós tínhamos que estar acelerando as reformas, voto distrital, voto distrital misto; tudo isso aí tem que vir. Senão, a gente fica falando só de economia, quando, na verdade, a gente tem muita coisa para falar sobre política também, assunto que os senhores entendem muito mais do que todo mundo”, defendeu Guedes, durante a audiência pública virtual do colegiado de deputados e senadores. “A gente tem muita coisa para falar de política”, acrescentou ele aos parlamentares.

Na avaliação do ministro, a reforma política ajudaria na transformação do Estado brasileiro. “A gente tem que mandar o recurso para estados e municípios e, ao mesmo tempo, tem que aumentar a representatividade. Esses recursos vão lá para a base, e a base vota no distrito, por exemplo”, defendeu. Ele elogiou o modelo de criação de subprefeituras criado pelo ex-prefeito do Rio Cesar Maia e citou como exemplo para que os recursos sejam da União redistribuídos com volume maior para as prefeituras, que são a base da pirâmide e precisam investir mais em saúde, educação e segurança pública.  

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Nesse sentido, ele defendeu o pacto federativo e que a privatizações sejam aceleradas. “Ao mesmo tempo a gente privatiza para tirar o Estado da área empresarial, na qual ele não trabalha bem. Houve muita corrupção nas empresas estatais, e isso desvirtuou a democracia brasileira. Elas viram aparelhos políticos, viram uma disputa por recursos... Não interessa a ninguém”, afirmou ele citando que esses escândalos também não interessam à classe política.

Reforma administrativa


A senadora Kátia Abreu (PDT-TO), inclusive, afirmou que a reforma administrativa deveria caminhar junto com a tributária, sugestão que Guedes concordou, mas explicou que a decisão para deixar para depois foi do presidente Jair Bolsonaro, no fim de 2019, quando havia uma convulsão social na América Latina.  Ele contou que o presidente descartou outra reforma no mesmo ano. “Ele disse: Olha, você acabou de fazer uma reforma da previdência e agora já vai fazer outra? Está todo mundo ainda tentando entender o que está acontecendo Aí, começa essa turbulência política por aí. Deixa o pessoal passar o Natal sossegado, oh, ministro! Deixa passar as férias... Voltando, no ano que vem, a gente começa e retoma as reformas”, revelou o ministro. 

De acordo com Guedes, a ideia era apresentar a proposta de reforma administrativa ainda neste ano, após propostas do pacto federativo, da PEC dos Fundos e da PEC emergencial tramitarem no Senado, como havia sido combinado, e com a reforma tributária caminhando em uma comissão mista.  “O presidente não retirou a reforma administrativa neste ano. Foi o coronavírus que perturbou a pauta”, acrescentou. 

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