Economia

Governo resiste a prorrogar auxílio de R$ 600

Correio Braziliense
postado em 06/08/2020 04:04

Ciente de que o auxílio emergencial já consumiu pouco mais de R$ 250 bilhões dos cofres públicos neste ano — a maior despesa do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus —, o Executivo se mostra contrário à ideia de prorrogar novamente o tempo de concessão do benefício, desta vez até dezembro, pelo valor original de R$ 600. Entretanto, diante do retorno político da medida ao presidente Jair Bolsonaro, que tem recebido elogios e sido apoiado por um público diferente do que o elegeu em 2018, a equipe econômica estuda uma forma de continuar pagando o benefício por um valor menor.

Ontem, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, concordaram que o país não vai aguentar uma eventual segunda prorrogação do programa nos moldes atuais. Mensalmente, segundo o presidente, o auxílio demanda R$ 50 bilhões da União. Com mais quatro parcelas do auxílio a R$ 600, portanto, o custo final do benefício poderia chegar a R$ 450 bilhões. Para efeito de comparação, em 2019, o deficit nas contas do governo foi de R$ 95 bilhões.

“Não dá para continuar muito. Por mês, custa R$ 50 bilhões. A economia tem que continuar, e tem alguns governadores que teimam em manter tudo fechado”, comentou Bolsonaro, em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada. “O Brasil não aguenta muito tempo. Se fossem R$ 200 ou R$ 300, dava para segurar seis meses, um ano, uma coisa assim. Sendo R$ 600, nós não conseguimos estender mais do que estamos fazendo até agora”, reforçou Guedes, durante audiência na Comissão Mista da Reforma Tributária no Congresso.

O ministro anunciou que a ideia do governo é reformular o auxílio emergencial, integrando o coronavoucher ao novo programa de renda mínima em estudo pelo governo, o Renda Brasil, que deve substituir o Bolsa Família e outros benefícios, como o abono salarial, o seguro-defeso e o farmácia popular. O valor do novo auxílio deve ficar entre R$ 200 ou R$ 300.


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